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Bolo salgado

Festa de arromba rola um por fora na Brasília de Ibaneis

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Monteiro

O Ministério Público está no encalço da Secretaria de Cultura, por conta de um suposto superfaturamento na festa de comemoração dos 59 anos da fundação de Brasília, ocorrida no último dia 21 de abril. A notícia foi veiculada inicialmente pelo G1, nesta terça, 28.

Enquanto a festa do ano passado teria custado R$ 1,6 milhão, a deste ano ficou em torno de R$ 4 milhões – coincidentemente, o mesmo valor estimado como patrocínio a ser repassado para a escola de samba carioca Vila Isabel homenagear Brasília na Sapucaí em 2020.

A festa deste ano – a primeira de Ibaneis Rocha (MDB) como governador, embora ele tenha viajado na véspera para Portugal -, teve como principais atrações a funqueira Anitta e a banda Scalene,. Ocorreu em um domingo, com público estimado em 6 mil pessoas. O que traz à tona outro questionamento, independente das investigações em curso pelo MP, é se o custo-benefício compensou.

Entre os itens contratados, alguns chamam a atenção, como o aluguel do palco (20 x 15 metros), que custou R$ 195 mil. O valor praticvado no mercado, há apenas três meses, era de R$ 15 mil. A iluminação, que em eventos anteriores, realizados pela própria Secretaria de Cultura, não ultrapassava R$ 6,5 mil, saiu por R$ 95 mil. O som também ficou muito alto: de R$ 4,6 mil, pagos em eventos anteriores, na festa de aniversario da cidade chegou a R$ 85 mil. E até as tendas de (10 x 10 metros), que custavam R$ 190, foram majoradas em quase 10 vezes, passando para 1,2 mil (cada uma).

O mais curioso é que uma servidora da Secretaria enviou um documento à produtora do evento, questionando os altíssimos preços e solicitando uma renegociação de valores. A empresa, porém, manteve os mesmos preços. E, pasmem: uma análise feita por técnicos da própria Secretaria, não só respaldou os valores, afirmando que estavam compatíveis com os praticados no mercado, como ainda informou que o curto prazo para a contratação dos serviços, ajudava a justificar esses valores.

O contrato foi assinado três dias antes da festa. E aí surge a inevitável pergunta: mas não há um calendário oficial de eventos?

Todo esse imbróglio serve como alerta para os órgãos fiscalizadores ficarem de olho em velhas práticas, que infelizmente ainda podem ocorrer no âmbito de qualquer governo, como superfaturamento, abuso nas contratações emergenciais e processos viciados sem a devida transparência.

Em resposta às denúncias, a Secretaria de Cultura informou que o prazo para prestação de contas é de 90 dias, e se dentro desse período for verificada alguma irregularidade, ela pode tomar alguma providência. E concluiu informando que a maior parte dos gastos foi paga com emendas de deputados, o que não altera em nada, pois é dinheiro público do mesmo jeito.

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