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As queimaduras

Fogos de artifício exigem prudência e manuseio correto

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Camila Maciel/Via ABr - Foto Marcello Casal Jr

Janeiro é um mês em que unidades médicas especializadas em queimados costumam observar um aumento da demanda. Um dos motivos são os fogos de artifício bastante utilizados nas festividades de ano novo. O mesmo ocorre no São João ou em períodos de Copa do Mundo. Imprudência e manuseio incorreto são alguns dos comportamentos de risco. A reportagem conversou com especialistas que explicam os cuidados necessários.

O médico André Toshiaki Nishimura, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados, orienta que quem for manusear fogos de artifício não deve consumir bebida alcoólica. “Às vezes, quando os fogos não funcionam, a pessoa vai lá e tenta abrir o dispositivo, mexe na pólvora e vai acabar se queimando. Eu acredito que a maior parte [dos acidentes] é de imprudência e de geralmente misturar [consumo de] álcool com fogos”, acrescenta.

De janeiro a novembro deste ano, o Centro de Tratamento de Queimados atendeu centenas e pacientes. Desse total, muitos apresentavam queimaduras por líquidos escaldantes, por contato com fogo e tempo excessivo de exposição ao sol sem proteção.

Cuidado na compra
O sargento Alan Azevedo, do Corpo de Bombeiros, destaca que os cuidados com os fogos de artifícios devem começar no momento da aquisição do produto. “[O consumidor] deve procurar saber se ele é certificado pelo Exército Brasileiro, se tem uma fiscalização naquele local, se tem um alvará de funcionamento naquele estabelecimento aprovado pelo Corpo de Bombeiros e outros órgãos principais”, orienta. Segundo o sargento, a certificação deve constar nas embalagens.

Ler e seguir as orientações do rótulo é fundamental. Além disso, não se deve, em hipótese alguma, reacender o artefato, que, por algum motivo, não tenha funcionado. “Se esse material não for iniciado, deve-se descartar aquele fogo de artifício ali, justamente para não chegar próximo ao local e esse fogo de artifício acabar tendo reignição e causar algum tipo de acidente”, aponta. Ele acrescenta que não se deve acender o produto em local fechado, nem perto de rede de alta tensão e é preciso estar longe do público.

Azevedo chama a atenção também para o manuseio dos fogos com o material de suporte que acompanha o produto. “Não soltar na própria mão, que a pessoa utilize a base que vem dentro da embalagem”, pontua. Além disso, o material só pode ser manuseado por maiores de idade. “Criança somente aquelas bombinhas, tipo estalinho, que não tem risco”, indica.

Primeiros socorros
Em caso de acidentes, uma ação emergencial possível, em caso de queimadura, é o resfriamento da área. “[Isso] diminui a profundidade da queimadura. Lavar a região é importante, isso é fundamental. Lavar com água corrente”, explica o especialista. Médicos ou enfermeiros que estejam no local podem ser acionados para os primeiros procedimentos antes da chegada ao hospital ou da ambulância.

Nos casos em que há amputação de algum membro, o sargento Alan Azevedo explica que é fundamental estancar o sangramento e encaminhar a pessoa ao hospital, ou ainda ligar para o 193. “Pega um pano limpo, coloca sobre o local de ferimento e faça uma pequena pressão de forma a estancar o sangramento”, orienta.

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