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Renúncia pra valer?

Frejat fecha galinheiro para os lobos, mas falta a prova

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

A que ponto chegam os políticos tradicionais para ganhar espaço e disputar o orçamento do Distrito Federal. Ninguém quer largar as tetas da loba. Instalado no coração de todas as mazelas e escândalos que ex-políticos brasilienses produziram nas últimas décadas, Jofran Frejat agora avança na estratégia de dizer que a bola é sua e que vai acabar com o jogo.

Repetidamente, diga-se, como tem feito até culminar com aquilo que alguns acreditam ser o blefe derradeiro. Mais um. Cercado pela turma que frequenta com desenvoltura o Código Penal, e são dezenas, e que afirma ser seu dono, pode mesmo estar inconformado em ser capacho de malfeitores apenados.

Ninguém, com mais de 80 anos, terá saúde para suportar as várias operações da Polícia Federal conduzindo o seu tão sonhado governo.

Analistas entendem que a situação de Frejat é pior que o provérbio “lobo tomando conta do galinheiro”. Nesse caso, o coletivo é ao contrário: a pobre da galinha foi largada no meio da alcateia.

Alguns acreditam na honestidade dele, no respeito que ele ainda tem por sua biografia. Aguardam, entretanto, para confiar na sua palavra, a confirmação de sua desfiliação ao partido do ex-presidiário e presidente do PR, Valdemar da Costa Neto.

Notícias patrocinadas e midiáticas são ferramentas da moda. O índice atribuído a Frejat para as eleições ignora os 60% de votos indefinidos que podem ir para outros nomes na última hora. As altas taxas de rejeição dos que lideram as pesquisas é outro fator para reflexão.

Nesse ponto, Frejat está se movimentando bem, enquanto afirma a Paraná Pesquisa, por exemplo, que ele receberia hoje 25% dos votos. Chama atenção que mais de 1,3 milhão de votos não tem dono ainda. Conclusão: as celebridades que desfilaram pelas passarelas da Polícia Federal, incluindo o verdadeiro dono do Partido Republicano, Valdemar da Costa Neto, e o dono oculto da agremiação no Distrito Federal, José Roberto Arruda, podem não representar mesmo a fórmula que o ex-secretário da Saúde do DF desejava para si.

Ele pode ter razão. Somados esses nomes aos demais que carregam a alça da urna repleta de crimes, é melhor ir pra casa e cumprir com a família sua trajetória por essas bandas com o controle remoto na mão. Seus concorrentes são unânimes em afirmar que um convite para chamá-lo a compor um futuro governo sem a turma da pesada não está descartado. Desde que o furacão e a maior coligação de indiciados da história do DF nem passe por perto.

Mas, enquanto não chega o documento que comprove a desfiliação de Jofran Frejat do PR, melhor aguardar.

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