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Peru

Fujimorismo pressiona promotores que acusam sua líder

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Antônio Albuquerque, Edição, com Pátria Latina - Foto Reprodução

Uma ofensiva judicial do partido peruano Fuerza Popular (FP) parece hoje validar a acusação de seus críticos de usar o poder político para controlar o sistema de justiça e bloquear o julgamento de sua chefe, Keiko Fujimori.

O grupo neoliberal pediu a retirada desse processo e julgou os promotores José Pérez e Rafael Vela, que pedem 30 anos e 10 meses de prisão para Fujimori, por supostamente receber e mascarar fundos eleitorais recebidos de empresas estrangeiras e locais.

Propõe também, numa série de recursos apresentados ao Ministério Público e outros órgãos, destituir e julgar todos os procuradores de um grupo encarregado de grandes casos de corrupção pelos quais vários ex-presidentes e empresários estão a ser investigados ou julgados.

O partido Fujimori baseia a alegação em vídeos e recortes de meios de comunicação de extrema direita que deram origem a certas declarações de um antigo funcionário do Ministério Público segundo as quais procuradores e outros arguidos conspiraram para submeter Keiko Fujimori a prisão preventiva nos últimos anos.

Além disso, são acusados ​​de terem assediado até o suicídio o ex-governante neoliberal Alan García, que se suicidou em abril de 2019, quando estava prestes a ser preso após tentar em vão pedir asilo na embaixada do Uruguai.

O que um jornal local descreveu como um ataque do partido FP também tem como alvo os ex-procuradores da Nação, Zoraida Ávalos e Pablo Sánchez, e o conhecido jornalista Gustavo Gorriti, entre outros.

A deputada Susel Paredes destacou na sessão legislativa que aprovou o passo prévio à destituição dos membros do importante Conselho Nacional de Justiça (JNJ), que a FP pretende controlar o conselho e com ele o sistema judicial.

Aqueles que partilham da posição de Paredes salientam que o objectivo de controlar a justiça aponta para o facto de políticos conhecidos, entre eles congressistas, terem processos em curso por corrupção e outros crimes.

O partido Fujimori votou em bloco pela defenestração do JNJ, depois de três tentativas frustradas em anos anteriores, e a nova ofensiva contra aquele órgão, cuja importância reside no facto de nomear e demitir procuradores e juízes, intensificou-se depois de a direcção ter suspendido o Procuradora da Nação, Patrícia Benavides.

A FP defende veementemente a ex-procuradora da Nação, Patrícia Benavides, suspensa para que não obstrua a partir desse cargo as investigações sobre a revelação de trocas de favores que incluíram o ajuizamento de casos de corrupção de parlamentares em troca da aprovação de medidas que consolidem Benavides no cargo.

Durante o debate sobre a destituição do JNJ, os parlamentares contrários ao fujimorismo, que tem a maior bancada e que juntamente com os seus aliados constituem a maioria, apontaram a vontade do FP de substituir os chefes das organizações eleitorais, para controlar futuras eleições.

Neste contexto, o juiz Juan Carlos Checkley avaliará amanhã o pedido do Ministério Público, para levantar o sigilo das comunicações de Keiko Fujimori e do ex-Procurador Nacional Pedro Chávarry -relacionado ao FP-, feito entre julho de 2018 e janeiro de 2019. Foi então que o partido Fujimori apoiou a permanência de Chávarry no cargo, apesar das graves acusações que o obrigaram a renunciar.

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