Generais travam batalha para tirar o PSL de Ibaneis Rocha

O PRP do general Paulo Chagas, candidato ao Palácio do Buriti nas eleições de outubro e o PRTB do general Hamilton Mourão, vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), selaram uma coligação nesta segunda, 6, após um fim de semana de intensas negociações entre os dois militares da reserva.

Com essa composição fica consolidada a caminhada conjunta dos blocos nacional e local dos dois generais e o capitão-deputado. Outro fator está no litígio existente entre o PSL nacional – partido de Bolsonaro – e seu diretório regional.

O presidente do PSL em Brasília, Newton Lins, desafiou a direção nacional, contrariando a determinação de não coligar com outro partido no Distrito Federal que não seja o PRP. Ainda assim ele divulgou a informação que vai apoiar Ibaneis Rocha (MDB) ao Buriti.

Recorrente em alterar acordos, Lins contrariou profundamente os interlocutores e poderá enfrentar, mais cedo ou mais tarde, questionamentos sobre a sua conduta.

O que se comenta no meio político é que todos os aspectos legais que poderiam ser oferecidos para uma composição sem o ‘toma lá dá cá’, foram colocados para Newton Lins no sentido de formar um bloco transparente e unido.

Nem assim, Lins sensibilizou-se. Suspeita-se, no âmbito do PRP e PRTB, que o presidente regional do PSL cedeu às benesses do grupo de Ibaneis Rocha, cujo mentor é o ex-vice-governador Tadeu Filipelli, preso e liberado oito dias depois, acusado de superfaturamento na obra do Estádio Mané Garrincha. Na investigação que estima um superfaturamento de 900 milhões de reais, também foram presos empresários, além dos ex-governaores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz.

O PSL teme por sua imagem a nível nacional, uma vez que Newton Lins pretende caminhar com esses parceiros rumo a um futuro incerto. A avaliação é a de que seu posicionamento será fortemente combatido pelos correligionários naturais.

Esse enfrentamento, a valer a tática de guerra dos generais empregada na disputa eleitoral, pode render novos fatos antes do dia 15, data limite para o registro de chapas e alianças.

Até o dia 15, quando muita coisa pode – ou não – acontecer, as chapas que disputarão o Buriti são as seguintes:

PSB/Rede/PV/PCdoB
GDF: Rodrigo Rollemberg (PSB)
Vice-governadoria: Eduardo Brandão (PV)
Senado: Chico Leite (Rede), distrital, e Leila Barros (PSB), ex-secretária de Esporte e jogadora de vôlei

PSD/PPS/PRB/Podemos/Solidariedade
GDF: Rogério Rosso (PSD), deputado federal
Vice-governadoria: Egmar Tavares (PRB), pastor da Assembleia de Deus
Senado: Cristovam Buarque (PPS), senador, e Fernando Marques (Solidariedade), empresário da ramo farmacêutico

MDB/Avante/PP/PSC/PPL/PSL
GDF: Ibaneis Rocha (MDB), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF
Vice-governadoria: Paco Britto (Avante), presidente regional da sigla
Senado: Paulo Octávio (PP), ex-vice governador e empresário, e João Pedro Ferraz dos Passos (PPL), ex-procurador-geral do Trabalho

Pros/PTB/PMN/PMB/PTC/Patriota/PHS
GDF: Eliana Pedrosa (Pros), ex-distrital
Vice-governadoria: Alírio Neto (PTB), ex-distrital
Senado: Indefinido até o fechamento desta edição

DEM/PSDB/PR/DC
GDF: Alberto Fraga (DEM), deputado federal
Vice-governadoria: Indefinido até o fechamento desta edição
Senado: Izalci Lucas (PSDB), deputado federal

PT
GDF: Júlio Miragaya, ex-presidente do Conselho Federal de Economia
Vice-governadoria: Cláudia Farinha, agricultora familiar
Senado: Marcelo Neves, advogado, e Wasny de Roure, distrital

PRP/PRTB
GDF: Paulo Chagas, general da reserva do Exército
Vice-governadoria: Adalberto Monteiro, presidente regional do PRP
Senado: Fadi Faraj, pastor da Comunidade Cristã Ministério da Fé e Átila Lima, brigadeiro

Novo
GDF: Alexandre Guerra, herdeiro da rede Giraffas
Vice-governadoria: Erickson Blun, médico
Senado: Paulo Roque, advogado

PSol/PCB
GDF: Fátima Sousa (PSol), professora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB
Vice-governadoria: Keka Bagno (PSol), assistente social
Senado: Chico Sant’Anna, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, e Marivaldo Pereira, auditor federal

PSTU
GDF: Antônio Guillen, professor da rede pública
Vice-governadoria: Eduardo Rennó, professor da rede pública
Senado: Robson Raimundo da Silva, professor da rede pública

PCO
GDF: Renan Rosa, bancário
Vice-governadoria: Gilson Dobbin, funcionário público
Senado: Danilo Matoso Macedo, funcionário público