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Parem esse homem

Genocida. Eco de Felipe faz Bolsonaro tremer

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José Seabra, Diretor de Redação

Beirando 210 milhões de habitantes (IBGE, 2018) o Brasil ainda tem um definhado e negacionista rebanho de 25 milhões de bolsonaristas. Entre os restantes 185 milhões estão jornalistas, governadores, prefeitos, senadores, deputados, empresários, influenciadores digitais, atores, músicos, trabalhadores braçais e adversários diretos de Jair Bolsonaro ao Palácio ao Planalto em 2022.

Todos consideram o presidente um genocida por sua conduta frente à pandemia do novo coronavírus. Desses 185 milhões, Bolsonaro escolheu um para servir de exemplo sobre o que pode acontecer com os restantes 184 milhões 999 mil 999: Polícia Federal na cola. Deve imaginar o capitão que intimidação cala a voz da verdade. Se assim pensa o presidente, pensa errado.

O mais novo alvo de Bolsonaro é o youtuber Felipe Neto, intimado a depor, com base na Lei de Segurança Nacional e também no Código Penal, por ter usado o termo genocida ao falar sobre o chefe do Executivo. A polícia manda chamar. Se não for, vai buscar.

Bolsonaro é um genocida. Assim disse João Doria, governador de São Paulo, cujas portas do Palácio dos Bandeirantes a Polícia Federal sequer olhou de longe. Bolsonaro é um genocida. Palavra de Fernando Haddad, em tom de desafio, saindo em defesa de Felipe Neto. A Polícia Federal faz de conta que não leu, não ouviu.

Felipe é um pós-adolescente que, como outros milhões de jovens brasileiros, compartilham a ideia de que o presidente da República é um genocida. Isso é tão certo como a denúncia protocolada na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Mas lá, como no Bandeirantes ou na casa de Haddad, a PF não tem coragem de entrar.

Os tempos são outros. Não há espaço para bigodinho e cabelo caído na testa. E se homens de verdade, um general que seja, não bater na mesa e mandar acabar com essa política genocida, o Brasil vai virar um cemitério-continente. Porque uma imensa prisão, como parece desejar o presidente, isso quem não permitirá será o povo. Ou, em números redondos, aqueles 185 milhões que começam a clamar por um basta.

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