Golpe contra Dilma gera guerra da esquerda e direita da mídia no País
A mídia está dividida. Direita e extrema esquerda não se entendem. O alvo dos ataques e de defesas é a presidente Dilma Rousseff. De um lado a família Mesquita, que edita o jornal O Estado de S.Paulo. De outro, a versão virtual do Pátria Latina.O grupo capitaneado pela tradicional família do jornalismo paulista quer a cabeça da petista recém reeleita. Já o PL, que proclama a integração dos povos do continente, denuncia um golpe embrionário.
Tudo começou com o Estadão, que pediu, em editorial da edição do domingo 16, o enquadramento da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso Nacional por crime de responsabilidade. O desfecho seria a cassação num processo de impeachment.
O Pátria Latina, mesclando informações do Brasil 247, promete combater qualquer iniciativa voltada a destituir a petista do Palácio do Planalto. E mostra algumas armas, como a informação de que Fernão Lara Mesquita, um dos herdeiros do grupo Estadão, circulou pelas ruas da capital paulista com cartaz onde se lia “Foda-se a Venezuela”.
No sábado 15, véspera do editorial do Estadão, o PSDB, lembra o PL, sugeriu punição à presidente Dilma. Na interpretação do Pátria Latina, foi deflagrada a campanha pela derrubada de uma presidente reeleita há menos de um mês no Brasil.
O tom de críticas do PL é pesado. “A imprensa conservadora brasileira começa a fazer jus ao apelido que ganhou nos últimos anos, o de PIG – Partido da Imprensa Golpista”, diz em matéria editada em seu site.
Na tentativa de mostrar que há um golpe em andamento, o PL transcreve um trecho do editorial “Crime de responsabilidade”, cujo título, afirma, já é autoexplicativo. Leia a reprodução que circulou pelo mundo:
“Somente alguém extremamente ingênuo, coisa que Lula definitivamente não é, poderia ignorar de boa fé o que se passava sob suas barbas. Já Dilma Rousseff de tudo participou, como ministra de Minas e Energia e da Casa Civil e, depois, como presidente da República. Devem, todos os envolvidos no escândalo, pagar pelo que fizeram – ou não fizeram.”
A mensagem, no entendimento do Pátria Latina, é clara: a família Mesquita aderiu ao golpe e irá trabalhar pela queda de uma presidente reeleita. Com uma suposta queda de Dilma, ficariam enfraquecidos os esforços de integração do povo latino. Porque, para a família Mesquita, o Brasil também seria “bolivariano”.
Isso, ao menos, é o que diz o PL.
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br
