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Grande Rio não erra, mas também não empolga

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Autor/Imagem:
Fábio Grellet e Fernanda Nunes

A Grande Rio, de Duque de Caxias, foi a terceira escola a desfilar na primeira noite de exibições no Rio de Janeiro, já na madrugada desta segunda-feira, 4. A agremiação apresentou o enredo “Quem nunca…? que atire a primeira pedra”, em que faz uma crítica “às gafes, deslizes, viradas de mesa e ao famoso jeitinho brasileiro”, segundo o próprio roteiro do desfile anuncia.

O tema foi escolhido um ano após a virada de mesa realizada por pressão da escola, que ficou em penúltimo no desfile de 2018 e seria rebaixada para a segunda divisão, não fosse a repentina e tardia mudança de regras – o enredo pode ser interpretado como uma admissão velada de culpa ou como uma forma de demonstrar que no Brasil esse tipo de acordo é comum.

O desfile foi melhor do que a do Império Serrano, mas inferior ao da Viradouro, e não chegou a empolgar a plateia. A seu favor pesou, no entanto, a animação dos integrantes, que cantaram e pularam durante todo o desfile, ainda que não fossem acompanhados por quem assistia nas arquibancadas. A inovação ficou por conta do uso de drones com emojis na comissão de frente, numa alusão a Moisés, o profeta dos dez mandamentos, em tempos de redes sociais.

A Grande Rio fez críticas aos hábitos de dirigir automóveis falando ao celular ou após ingerir bebida alcoólica, ao roubo de eletricidade ou de sinal de TV a cabo e à divulgação de fake news pelas redes sociais. Também foram alvo de críticas quem picha, quem joga lixo, cigarro ou chiclete no chão ou de qualquer forma suja as praias e os rios. No último setor foram retratadas as escolas e as ciências, em um convite à reflexão de que sempre devemos nos corrigir.

O experiente carnavalesco Renato Lage, sempre lembrado como autor dos desfiles campeões pela Mocidade Independente em 1990, 1991 e 1996, fez um desfile técnico pela Grande Rio. No ano passado, o rebaixamento cancelado se deveu a um carro alegórico que, devido ao tamanho exagerado, encrencou antes de entrar na passarela. Neste ano não houve erros desse tipo, mas ainda faltaram brilho e um enredo mais empolgante.

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