Curta nossa página


Política às avessas

Guerra entre general Paulo Chagas e Olavo de Carvalho

Publicado

Autor/Imagem:
Kleber (Ka) Ferriche

O astrólogo Olavo de Carvalho e o general Paulo Chagas são os maiores aliados de Jair Bolsonaro. Ambos são taurinos. O primeiro nasceu no dia 29 de abril e o outro em 16 de maio de uns anos quaisquer, não interessa. Autorizado por meu editor-chefe, José Seabra, e na qualidade de presidente do Conselho Editorial de Notibras (o primeiro portal de notícias produzido a partir do Centro-Oeste), além de fundador e colaborador deste veículo há vinte anos, percebi que era necessário falar na primeira pessoa para registro dos fatos.

Em setembro de 2017, no mesmo bairro, em Brasília, onde Alexandre de Moraes – ainda ministro do STF – e Dias Toffoli – igualmente ainda ministro e presidente do STF – mandaram ilegalmente, segundo a PGR, confiscar um computador do general Paulo Chagas, onde tomamos vários cafés em uma confeitaria. Dezenas de cafés.

Naquele momento nosso empenho era convencê-lo a disputar as eleições no Distrito Federal e ocupar a cadeira do Palácio do Buriti. Taurino nunca responde na hora, quando o assunto o remete à reflexão. É assim, guru? A reflexão do general durou até o início de 2018, quando decidiu pelo enfrentamento das urnas.

Fizemos uma campanha sem um único real, prejudicados pelas emissoras de TV, por um partido incompetente, institutos corruptos de pesquisa e outras resistências. Nunca existiu Olavo de Carvalho no processo eleitoral até a vitória de Bolsonaro. Estivemos todo o tempo administrando o elemento Terra e as cores azul e verde, conforme análise esotérica do mesmo Olavo, que nem se ofereceu a fazer nosso mapa astral.

Tenho certa resistência aos que trazem receitas prontas, baseadas em autores de livros de autoajuda, como o pensador Gramsci e suas óbvias teorias, que qualquer animalzinho decodifica e entende. Procure saber quantos ex-comunistas há muito tempo engordam, legitimamente, as fileiras do agora representante da chamada direita, Jair Bolsonaro.

Os conselhos de Olavo de Carvalho, transformados em alertas midiáticos, gerados provavelmente da Virginia, EUA, longe do alcance do preparadíssimo juiz Dias Toffoli e do segundo personagem, que forma a isolada dupla de supremos ministros, Alexandre de Moraes, são meramente convenientes. Todos cometem atos falhos. Alguns mais graves, como chamar os generais que garantiram a eleição de Bolsonaro (atenção nisso!) de cagões. Ou indicar um cidadão que não teve infância no Brasil nem pré-adolescência, adolescência, formação adulta, ou seja, ainda que naturalizado, não entende o que é ser brasileiro. É o caso de Ricardo Vélez Rodriguez, o gringo fracassado ministro da Educação. Hoje uma criatura idiota tanto quanto seu criador. Poderia ter indicado um alemão para a indústria ou um japonês para a agricultura, sem problemas. Jamais um estrangeiro que chegou ao Brasil aos 36 anos para conduzir a formação de nossas futuras gerações, como ministro, vejam só, da Educação. Vélez foi abandonado por Olavo de Carvalho, que lavou as mãos, como faziam os comunistas. Só faltou executar o coitado como era a prática dos seus ex-colegas comunistas com seus pares. Tiro na nuca.

É estranho Olavo de Carvalho não ter – protegido pelo seu greencard – criticado com a veemência habitual, e chamado também de cagões os ministros biônicos Dias Toffoli e Alexandre de Moraes. É estranho o new estadunidense não ter saído em defesa de sua alma gêmea taurina, Paulo Chagas, no ápice de uma tresloucada decisão totalitária do STF.

Só para a sua informação, esotérico Olavo, devemos revelar que foi descoberto seu plano. Ao atacar os generais, pretende construir um capitão maior que seus superiores de caserna. Pretende convencê-lo de que ele é superior, é presidente eleito, sua popularidade está acima de suas qualificações e de seus apoios. E da hierarquia militar. Acima dos generais. Está criando uma reserva de mercado, estratégia idêntica àquela pregada por seu guru, Gramsci. Estará cometendo mais um erro, como no caso Vélez, no caso Ernesto Araújo e outras dezenas de indicados incompetentes aos quais você próprio recomendou que deixassem o governo.

A ideia foi legal, inteligente, recomendou a saída de seus alunos de internet como se estivesse retirando uma joia, uma pérola, em forma de castigo ao Bolsonaro. Na verdade teve receio da incompetência deles, que poderia refletir na sua influência. Agora é tarde. Sua turminha é mesmo muito fraca. Existe inteligência abaixo do Equador, não se iluda. Não vamos dividir nossa capacidade, Olavo.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.