Bomba!!!
Hambúrguer de vaca de área desmatada logo virá na cor platinada
Publicado
em
Em cada lugar do planeta Terra, também chamado Globo terrestre, há um pontinho do poderoso espectro marinho. Porém, é no Brasil que os pontinhos viraram rochas indestrutíveis desde que o rei da comunicação fincou a céu aberto a bandeira que iria transformar o país em um celeiro de novelas produzidas, dirigidas, apresentadas e faturadas dentro de um conceito puramente nacional. O império se consolidou e, como qualquer antagonista, passou a incomodar aqueles que defendem a dolce vita livre de encargos decorrentes da legalidade jurídica.
Em breve, a vaca pode ir para um brejo irmanado, festeiro, bilionário e capaz de converter touros bravos em carneirinhos dóceis como os que já estão no cercadinho. À parte as conversões da esquerda temerária para a direita convergente, o fato é que, provavelmente sem as boas intenções exigidas pelo público consumidor, o império global está ameaçado. Aparentemente – só aparentemente – nada a ver com o povo que, por meio de uma ruptura política, tentou implantar um país sem normas, leis e cobranças desastradamente democráticas.
Ainda carente do tal martelo batido, a ordem é endireitar definitivamente o império global, antes que os defensores do poder igualitário para todos criem asas, ditem moda e acabem protagonistas de mais um folhetim com críticas aos que se mantêm dispostos a trabalhar pelo comando do líder do bloco do Eu Sozinho. Resumindo, a bandeira ornada com tons marinhos tende a ser hasteada em outra freguesia, algo com um pasto repleto de bezerros famintos pelo leite oficial.
Onomatopeia que pode ter diferentes significados, o termo plim plim, além de batizar o protagonista de uma série animada brasileira, já foi usado como expressão para anunciar intervalos comerciais de programas de televisão. E que televisão? A mesma que um dia serviu de garantia para a tomada do poder por senhores armados, mas hoje, curiosamente, se rendeu aos anseios do povo ávido por normas e, sobretudo, por liberdade. Talvez em pouco tempo a gente deixe de se ver por aqui.
É fantástico, mas o ambiente onde todos se encontram e se reconhecem está por um mugido. Como escadas para os contadores de histórias, o plim plim e o platinado da Vênus dominadora dos horários nobres estão ameaçados. Nada mais a ver com a Times. A ameaça vem do campo brasileiro e só depende do estalar de dedos de Sãos Joãos Batistas, manos do tipo siameses quando o negócio é ganhar dinheiro. Portanto, a tendência do tom marinho é mudar para o verde musgo da gadolândia.
Em síntese, tudo indica que, em breve, o império de prata que reverencia a deusa romana do amor, da beleza e da harmonia abandonará o glamour resplandecente do Jardim Botânico, passando a ter como símbolo principal um hambúrguer bovino fatiado em duas ou mais partes e fabricado em áreas capitalistas, mas claramente desmatadas. Certamente não é um negócio da China. Também não é de Lula, muito menos de Nicolás Maduro. Será de Elon Musk? Quem sabe do Trump. Pouco importa. Importante é saber a que rei esse novo símbolo irá servir. Tomara que seja alguém que goste de novelas.
…………………………
José Seabra é diretor da Sucursal Regional Nordeste de Notibras
