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A incerteza

Herdeiro precisa assumir rédeas para evitar vala da política

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Jr - Foto de Arquivo

A reação do mercado a uma possível candidatura presidencial do senador Flávio Bolsonaro é a prova de que, ainda que seja mantido, o sonho do clã se transformará em pesadelo antes do próximo inverno. Talvez ele nem espere a primavera chegar. Para alguns extremistas, Jair Bolsonaro continua ditando as discussões na política brasileira. Não se discute o potencial eleitoral do mito presidiário. Entretanto, o herdeiro que não herda acaba na mesma vala suja que o pai começou a cavar tão logo tomou posse em 2019.

Em um único dia da semana passada, o efeito Flávio Bolsonaro gerou um prejuízo de R$ 182.7 bilhões à Bolsa de Valores. Caso ele insista mais 15 dias com mais uma loucura do Jair, o Brasil corre o risco de a Bolsa ficar sem nenhum valor. Imaginem quatro anos de mandato. Deus nos livre de mais esse encosto. Mesmo que estejamos a um ano do pleito, a conclusão é fácil: preso ou em liberdade, o capitão não repetirá o êxito de 2018.

Hoje, o sinônimo da família é fracasso e não importa que o candidato seja o pai, a mulher, o filho ou quem quer que esteja ligado ao grupo conhecido por atraso político, econômico e social. Em resumo, Flávio Bolsonaro representa a incerteza de novos horizontes e a certeza de dramas muito piores. Faço minhas as palavras de dez entre 11 brasileiros: Não há Brasil que mereça a reedição da demoníaca negritude bolsonarista. Chega de amadores na política nacional.

Basta ter de continuar engolindo aventureiros e oportunistas como Eduardo Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Carla Zambelli, três deputados eleitos na esteira do Messias e que, como ratos de esgoto, fugiram do país. Mesmo longe, eles se acham no direito de receber o salário de parlamentar. Mandato é dever e não privilégio. Deputado trabalhar sem receber não existe em lugar algum do mundo. Só no Brasil dos “patriotas” travestidos de meliantes de periferia e dos bandidos fantasiados de deputados e de senadores.

Minha narrativa de hoje não é sobre direita ou esquerda. Embora pensem o contrário, não escrevo com o objetivo de convencer leigos, muristas e desatentos de que a esquerda é o caminho político a ser seguido no país. As grotescas falhas dos conservadores que se aventuraram como mandatários falam por si e são suficientes. Acreditem que, por mais paradoxal que possa parecer, meu desejo maior é mostrar ao eleitorado brasileiro que insistir com a extrema-direita é, como se diz na gíria, caixão e vela preta. Quem não se lembra do governo de Jair Bolsonaro, cujo maior legado foram 700 mil cadáveres?

Aos que fingem ter esquecido, sugiro que sigam o mesmo roteiro dos deputados fujões antes que acabem como o enjaulado Messias. Digo isso porque, depois da comprovada ineficácia da Cloroquina e da Ivermectina contra a loucura inventada, os pesquisadores que resistiram à insanidade e à letalidade do vírus do conservadorismo doentio começam a trabalhar na busca de um antídoto para dizimar o bolsonavírus. O prazo limite já está definido: outubro de 2026.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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