Preservar é preciso
Hipocrisia do 1º Mundo com a Amazônia é de regurgitar
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A postura de certos países em relação à Amazônia carrega uma hipocrisia difícil de engolir. Nações que devastaram suas próprias florestas, poluíram rios e mares, extinguiram espécies e encheram o ar de fumaça durante décadas agora tentam vestir a fantasia de guardiões do “pulmão do mundo”. Com um discurso revestido de “preocupação ambiental”, mascaram interesses econômicos, geopolíticos e estratégicos, como se estivessem apenas zelando pelo bem coletivo da humanidade.
Esses mesmos países que hoje apontam o dedo já transformaram boa parte de seus territórios em monoculturas, áreas industriais e zonas urbanas sufocadas pela poluição. Agora, quando percebem que o que resta de biodiversidade planetária está concentrado em regiões como a Amazônia, tentam impor regras e condicionar acordos econômicos ao cumprimento de metas ambientais como se fossem árbitros éticos do planeta. Mas, curiosamente, raramente propõem compensações financeiras robustas ou transferência de tecnologia para que o Brasil possa preservar a floresta sem sacrificar seu desenvolvimento.
O discurso “verde” vindo desses centros de poder internacional muitas vezes é seletivo, protege o que lhes interessa manter e condena o que não está sob seu controle. Não é genuína preocupação com o clima, é manutenção de influência. É mais fácil cobrar de outros do que reconhecer a destruição e investir para reparar o dano que causaram no próprio país. Enquanto isso, tentam transformar a Amazônia em símbolo mundial que, paradoxalmente, querem controlar à distância, como se fosse um patrimônio universal, mas sem abrir mão das riquezas que já exploraram até o último recurso.
Preservar a Amazônia é urgente e necessário, mas isso não pode servir de palco para que países historicamente predadores da natureza se reinventem como heróis ecológicos, nem para que usem o discurso ambiental como moeda de pressão política e econômica. Se querem realmente proteger o “pulmão do mundo”, que comecem limpando o ar que poluíram, reflorestando o que destruíram e assumindo que credibilidade não se constrói com discursos bonitos, mas com coerência.