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E Zé fini

Hora de deixar quarteis e já ir embora que Lula vem aí

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Nenhum cidadão se elege para nada sem votos. Os chamados sufrágios são fundamentais para consagrar uma candidatura vitoriosa. No caso de Luiz Inácio, 60,3 milhões de eleitores referendaram seu nome para substituir Jair Messias. Embora tenha sido a menor diferença percentual de um presidente eleito desde 1989, Lula foi eleito com a maior quantidade de votos desde a redemocratização. Os números parecem suficientes para não suscitar dúvidas. Parecem, mas não são para a turma que, desde a campanha, prefere a baderna, a guerra suja e surda e a utopia do golpe. Como disse o ex-presidente da Justiça Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, em Nova York, perderam Manés. Então, recolham-se e Zé fini, Zé fini, tá na boca do Brasil.

Perderam, mas acham que não. Sem prova alguma, insistem na tese de fraude na urna eletrônica para jurar que Bolsonaro não perdeu as eleições. Tudo bem que entendam assim. O fato é que ele não ganhou. No plano físico, uns acreditam em Deus, outros preferem crer em seres extraterrenos e alguns somente confiam em mágicos, aventureiros e charlatães. Também tem aqueles que fazem pouco caso de tudo que vem do Alto. É um direito. O problema são os que amaldiçoam todos que acreditam em alguém ou alguma coisa que não sejam eles. É o povo que não aceita a máxima de que a Terra é mesmo redonda. Por conseguinte, não admite que o sistema eletrônico de votação seja seguro.

Azar o deles. O mundo inteiro tem certeza da lisura das urnas. Interessante é que os que duvidam dos números jamais questionaram os dados eleitorais de 2018, quando o mito deixou o mundinho do baixo clero e, sem justa explicação, atingiu o apogeu político. Atingiu e todos viram no que deu. Melhor esquecer. É bola pra frente. Vamos aos algarismos. Na eleição presidencial de 30 de outubro passado, Jair Bolsonaro recebeu 58.206.322 votos (49,1%), contra 60.345.825 (50,9%) de Luiz Inácio. Para quem ainda não fez essa conta, foram apenas 400 mil votos a mais do que os recebidos em 2018, quando o mito se elegeu com 57.797.847 votos (55,1%).

Ou seja, para quem se achava o dono do mundo, de um pleito para o outro, Jair Messias acumulou 400 mil réis de votos, volume irrisório para quem tinha a caneta e o revólver à mão. Perdeu ou não ganhou, pouco importa. Importante é que, após a maior inflação dos últimos 20 anos, ameaças claras de golpe e quase 700 mil mortes por conta de uma “gripezinha” chinesa, uma expressiva parcela dos brasileiros reconheceu que o Brasil merecia coisa melhor. Logo depois do resultado, percebi que estávamos a um passado do fim do ano, particularmente do Natal, quando o peru morre de véspera. Por conta do arrojo dos nordestinos e da falta de pressa do povo mineiro, Jair Bolsonaro acabou perecendo na antevéspera.

Portanto, a vez é de quem ganhou, não perdeu e nem empatou. Este é Luiz Inácio. Portanto, é natural que seja dele o desenho do novo Brasil. Aliás, pronta para voar, a aeronave de guerra do novo governo pousará na rampa do Palácio do Planalto com um arsenal de propostas e abarrotada de novas ideias para o dia 1º. de janeiro, início de um esperançoso novo governo e Ano Novo. Entre as sugestões, o fim do sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro, revogação do decreto que facilitou a compra de armas, recomposição do orçamento das universidades e institutos federais, retomada do programa Farmácia Popular, reativação do Programa Minha Casa, Minha Vida, redução da taxa de juros do Pronaf (agricultura familiar), suspensão das regras de multas ambientais que têm permitido a prescrição de milhares de infrações e fortalecimento da área de tecnologia da informação.

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