Hora de parar, pensar e decidir que informações devemos registrar

Não sei se todo mundo tem a mesma percepção ou o mesmo sentimento que eu. Às vezes me sinto sufocada pelas notícias. Veja bem, eu gosto de podcasts jornalísticos, gosto de me informar, de entender o que está acontecendo no mundo. Mas há dias em que me frustra não conseguir acompanhar tudo. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo: o genocídio em Gaza, a crise em Madagascar, a conversa de Lula com Trump, a guerra na Ucrânia, os prováveis candidatos a deputado distrital… parece que o mundo inteiro grita por atenção ao mesmo tempo.

É um sentimento ambíguo. Em alguns momentos, sinto que preciso ter opinião sobre cada uma dessas coisas. É como se ser cidadã do mundo significasse estar sempre atualizada, sempre com algo a dizer. Em outros momentos, tudo o que quero é desligar o celular, silenciar as notificações e esquecer que existe tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Fico cansada de ter tantas coisas pra pensar, de tentar processar uma enxurrada de informações que não para de chegar.

Acho que o mundo anda rápido demais. As notícias se sobrepõem, as tragédias se sucedem antes que a gente consiga elaborar a anterior. Não há tempo de sentir, só de saber e olhe lá. Às vezes tenho a sensação de que ninguém consegue acompanhar tudo. E talvez não precise. Talvez o mais saudável seja escolher o que cabe em nós, e aceitar que o resto vai passar sem que possamos compreender inteiramente.