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Câmara dos Deputados

Hugo Motta, cada vez menor, basta uma caixa de fósforo pra dormir

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@donairene13 - Foto de Arquivo

Hoje é dia 16 de dezembro. O ano vai chegando ao fim, o recesso parlamentar se aproxima e, como costuma acontecer nessa época, o clima em Brasília mistura cansaço, cálculo político e decisões empurradas para debaixo do tapete. Ainda assim, alguns fatos insistem em bater à porta e cobram posição, coragem e responsabilidade institucional.

O presidente da Câmara dos Deputados, que na semana passada já acumulou derrotas políticas importantes, parece caminhar para mais uma. Apesar de toda a articulação feita nos bastidores, não conseguiu levar adiante a cassação dos mandatos de Glauber Braga e Carla Zambelli. O resultado expôs fragilidade, falta de liderança e um comando que não consegue transformar pressão política em decisão efetiva. Hugo Motta saiu menor do que entrou nesse embate.

Agora, tudo indica que ele está disposto a repetir o roteiro. Caso a perda de mandato de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem seja levada ao plenário da Câmara, a tendência é clara: mais uma derrota política. O plenário é imprevisível, atravessado por interesses eleitorais, chantagens veladas e acordos pouco republicanos. Quem conhece minimamente a dinâmica da Casa sabe disso. Mas, se não forem cassados, o STF determinará a perda do mandato.

Seria muito mais simples e juridicamente correto que Hugo Motta resolvesse a questão no âmbito da Mesa Diretora, declarando a perda de mandato dos dois deputados. A Constituição é clara, os fundamentos legais existem e a responsabilidade institucional também. Mas simplicidade nunca foi o forte de quem governa sob medo permanente.

O problema é que ninguém sabe exatamente o que se passa na cabeça de alguém pressionado por todos os lados: pela extrema direita, pelos aliados ocasionais, pelos próprios fantasmas de um comando frágil. O resultado costuma ser paralisia, hesitação e escolhas ruins. O ano termina, mas a sensação é de que a Câmara segue perdida e sem rumo, sem liderança, cada vez mais distante do papel que deveria cumprir.

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