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Tempo de paz

Ibaneis quer ponte com Planalto, mas precisa tirar gado das ruas

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Autor/Imagem:
Preta Abreu - Foto Divulgação

Pragmático, estrategista e, segundo desafetos políticos, discípulo ferrenho de Maquiavel. É com essas características que Ibaneis Rocha (MDB), reeleito governador de Brasília para os próximos quatro anos, pretende construir um caminho bem pavimentado entre o Palácio do Buriti e o Palácio do Planalto. De preferência sem intermediários.

O Planalto, todos sabem, será ocupado, como foi dito por Ibaneis ainda no auge da campanha, pelo antagônico Luiz Inácio Lula da Silva. (PT). É com esse pragmatismo, estratégia e maquiavelismo que o governador de Brasília espera atravessar o Rubicão que cerca o Planalto, que ele fez jorrar ao apoiar a bandeira bolsonarista nos primeiro e segundo turnos.

Agora, porém, ele vem com a alma desarmada. A praticidade entra em cena. Ganhou, levou. Conceito de lealdade ele tem, mesmo que supostamente de ocasião. Contudo, como venceu uma reeleição ainda no primeiro turno justamente contra a frente de Lula  e seus aliados, mostrou um poder político que merece respeito.

Aos olhos do eleitor, a imagem que se tem é a de que  Ibaneis não está em seu gabinete como um mero ornamento. Ele atua, trabalha, é funcional e faz a máquina pública andar. E sobre a tão sonhada ponte de diálogo entre Buriti e Planalto, não se pode dizer que o governador seja um oportunista.

Até porque, o governante da capital da República soube, sim, ser um bom aprendiz de feiticeiro nos primeiros quatro anos de mandato, a ponto de, a exemplo de velhas e ilustres raposas republicanas, saber aproveitar – não necessariamente aproveitar-se – do momento político.

Foi justamente isso que Ibaneis fez nesta segunda, 12. Enquanto o governador estava no TSE aplaudindo a diplomação de Lula, o Palácio do Buriti despachava para os veículos uma peca publicitária com o brilho intenso do mais puro diamante. É tempo de paz, diz a campanha. E sublinha que haverá mais saúde, educação e segurança para todos. No fundo abraçou Lula, avaliam experientes publicitários, E ao mesmo temo vendeu um otimista projeto futuro para a sociedade brasiliense.

Com essa campanha publicitária, Ibaneis, claro, soltou a pomba da paz da gaiola. A ave voou em direção ao CCBB. Lula, sustentam seus aliados mais próximos, entendeu a mensagem. Mas o presidente já diplomado ainda espera novos gestos do ex-bolsonarista na campanha. Quer ver o quanto antes, por exemplo, desbloqueadas muitas ruas hoje tomadas por vândalos seguidores do presidente que, derrotado, está de saída do Planalto.

No discurso da diplomação, Lula deu um recado duro. O Brasil não tem espaço para golpistas. O petista quer ver as vias livres para que a comitiva presidencial passe. O gado pode até mugir. Mas a caravana seguirá em frente. De preferência, sem solavancos. E erguer uma ponte sem buracos cabe exclusivamente a Ibaneis.

O governador sabe que se usar concreto estragado, a Polícia Federal, alvo dos bolsominions terroristas ao longo do dia, pode entrar em ação. E, convenhamos, pela força da lei, da capacidade operacional e das metralhadoras, os federais engolem fácil fácil qualquer agrupamento de policiais militares.

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