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Os rejeitados

Idoso come pão que Diabo amassou com plano de saúde

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Carolina Paiva, Edição

Um estudo publicado no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, afirma que as operadoras de planos de saúde fazem de tudo para dificultar a entrada de pessoas idosas. O estudo apresenta, de forma documental, tudo aquilo que quem precisa do serviço já está cansado de saber:

“Há dificuldades para o ingresso deles (idosos) nos planos de saúde, seja por estratégias de comercialização, por constrangimentos ou por dificuldades impostas, como exigir laudos médicos ou entrevistas qualificadas”.

Quem tem mais de 58 anos e já tentou fazer um plano de saúde sabe que as dificuldades apresentadas para “proibir” a contratação é uma combinação de todas essas práticas abusivas. Começando pela comercialização exclusiva dos Planos Coletivos por Adesão.

Mesmo que um idoso apresente todos os requisitos necessários para aderir ao caríssimo plano de saúde, oferecido mediante acordos profissionais e sindicais, ele não irá conseguir seu contrato se tiver 65 anos ou mais. Embora a lei seja clara quanto à obrigatoriedade da aceitação para TODOS que comprovem o vínculo, na prática a contratação é inviabilizada já nos contatos telefônicos.

O empresário e consultor na área da saúde, Angelo Epifanio, afirma que o contrato desses planos de saúde Coletivos por Adesão é uma verdadeira lenda. “Desafio um usuário de um plano de saúde nessa modalidade a apresentar o contrato com todos os termos de cobertura”, diz o consultor que salienta nunca ter visto um. Quando alguém contrata um plano de saúde Coletivo por Adesão assina uma Proposta de Adesão, que é parte do contrato, mas não é o contrato propriamente dito.

Isso acontece porque o contrato do plano de saúde Coletivo é único e já foi assinado pela Administradora de Benefícios, responsável pelo acordo com as entidades e a operadora ou seguradora de saúde. Quando um usuário contrata um plano de saúde Coletivo por Adesão, ele está concordando com esse contrato já assinado, mesmo sem ter qualquer acesso a ele para a leitura.

Propostas de adesão de algumas operadoras trazem um resumo deste contrato, porém só incluem as partes “mais interessantes para o usuário”, afirma o consultor.

O estudo divulgado pela ANS revelou ainda que os idosos reclamam quase 2 vezes mais que os demais usuários de idade adulta, sendo que o tema mais frequente dessas reclamações está relacionado à cobertura assistencial recebida por eles (idosos) nos planos de saúde.

Há ainda a adoção de mecanismos de regulação, como exigência de autorização prévia ou análises de solicitações médicas que dificultam a utilização da rede assistencial.

O estudo menciona também o impacto do reajuste da mensalidade ao atingir a última faixa etária, onde os aumentos podem ultrapassar 100% do valor da mensalidade, o que pode impossibilitar o pagamento, resultando na migração do idoso para o SUS.

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