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Olhar estrangeiro

Imprensa vê ascensão da direita na América do Sul

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Autor/Imagem:
Flavia Alemi

Utilizando a classificação “extrema-direita” para se referir ao agora presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a imprensa americana deu destaque à vitória do capitão reformado sobre o petista Fernando Haddad no pleito deste domingo, 28. Até as 20h20, com 99,21% das urnas apuradas, Bolsonaro tinha 55,24% dos votos, enquanto Haddad anotava 44,76%.

No Washington Post, a reportagem cita que Bolsonaro “surfou uma onda de ódio eleitoral” para chegar à Presidência, o que marcou uma “virada dramática” à direita na América do Sul.

“Sua vitória acrescenta a maior nação da América Latina à lista crescente de países – dos EUA, à Hungria e até as Filipinas – onde nacionalistas de direita obtiveram vitórias nas urnas”, diz a matéria publicada na página do periódico americano.

O texto destaca, ainda, que a corrupção manchou a classe política e afetou a confiança dos eleitores. Segundo o jornal, Haddad teve dificuldades para se conectar ao eleitorado. “Ele concorreu como um substituto de Luiz Inácio Lula da Silva, o popular ex-presidente, cuja tentativa de reeleição foi derrubada após ele ser preso por acusações de corrupção”, ressalta o Post

O The New York Times também sublinha a guinada à direita no Brasil e relembra, ainda, os posicionamentos ideológicos atrelados ao presidente eleito. “O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do país, defendeu tortura e ameaçou destruir, prender ou exilar seus opositores políticos”, diz o jornal.

Para o Times, Bolsonaro fica “muito mais à direita do que qualquer presidente na região, onde os eleitores recentemente abraçaram líderes mais conservadores na Argentina, Chile, Peru, Paraguai e Colômbia”.

Na Argentina, o Clarín publicou reportagem que mostra a incerteza de empresários locais com o futuro do Mercosul. No começo de outubro, Bolsonaro declarou que o acordo supranacional foi “deturpado pelo PT”, mas garantiu que o Brasil permanecerá no bloco.

O El País do Uruguai destacou o clima de festa nos arredores da casa de Bolsonaro, onde eleitores soltaram fogos de artifício em comemoração. “Muito diferente do ambiente do hotel em São Paulo onde Haddad e o comando do PT acompanhavam os resultados.”

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