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Índice de escolaridade registra baixos índices na região do Entorno

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A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) apresentou nesta sexta 23 análise sobre a escolaridade nos 12 municípios goianos da Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), com base nos dados apurados pela Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílios (PMAD), feita pela companhia em 2013. São eles: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Cocalzinho de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.

É a primeira vez que a Codeplan realiza estudo sobre o nível de escolaridade e a falta de motivação para estudar na periferia de Brasília. O levantamento aponta que 1,13 milhão de habitantes da região apresentam reduzido nível de escolaridade. O problema mais grave, no entanto, está na base da educação: quase 70% das 92 mil crianças menores de 6 anos estão fora da escola (maternal, creche e pré-escola) e pouco mais de 28 mil são atendidas.

Dados da PMAD mostram que, apesar de 45% dos moradores terem até 24 anos, idade de frequentar escola, apenas 330 mil, ou 68% desses jovens, estão nas salas de aula. Pouco mais de 4,5% da população local têm ensino superior. Mais de 30 mil jovens não vão às aulas por motivos como falta de escola ou de vagas, ausência de transporte ou por problemas de saúde. “Muitos alegam não ter interesse em continuar os estudos, mas o contexto social faz com que essas pessoas trabalhem desde cedo”, analisa o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.

O secretário de Educação, Júlio Gregório, define o quadro como triste. Ele explica que a maior dificuldade enfrentada pelas escolas é manter o aluno em sala de aula, já que não há atrativos para os adolescentes. “Os jovens dispõem de recursos que a escola não possui. Temos que investir urgente em tecnologia”, afirmou. O secretário também ressaltou que a mudança deve ocorrer em diversos aspectos, principalmente no currículo das escolas de ensino médio.

A pesquisa também indica a existência de 60 mil analfabetos funcionais, o que representa cerca de 7% da população de 15 anos ou mais. A média regional é de 7,3%, mas alguns municípios superam os 16%, como Cocalzinho de Goiás e Cristalina. Em Valparaíso de Goiás, o percentual é de 2,9%. É definido como analfabeto funcional aquele que consegue escrever o próprio nome e identificar letras e números, sem, entretanto, redigir textos ou fazer operações matemáticas.

Em todos os municípios, há mais crianças fora das escolas do que matriculadas. Alguns casos são mais graves, como em Cocalzinho de Goiás, em que para cada criança matriculada há seis fora das aulas. Entre casos menos graves, aparece Valparaíso de Goiás, onde a relação é de 1,35 criança fora da escola para cada criança matriculada.

A diretora de divisão da Secretaria de Educação de Valparaíso de Goiás, Iraci Fagundes, acredita que, apesar dos dados menos graves registrados na região, ainda há muito o que fazer: “De 2009 para cá, houve uma grande explosão imobiliária. Não temos escolas o suficiente para atender à demanda, principalmente no caso do ensino médio”.

A educadora ressaltou que a região tem 45 escolas de educação infantil e ensino fundamental e oito unidades previstas para os próximos anos — cinco estão sendo erguidas. “Esperamos que elas consigam atender ao menos 60% dos alunos fora das salas de aula”, afirmou. No caso do ensino médio, há apenas 10 unidades. “O DF recebe muito esses alunos, mas gostaríamos de poder fazer mais por eles.”

Gabriela Moll, Agência Brasília

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