Bumerangue
Indo e vindo, Tempo é recordação e futuro
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Hoje acordei com a sensação de que o tempo anda me pregando peças. De um lado, parece que os dias voam: quando percebo, já é noite e tenho a impressão de que não fiz nem metade do que precisava. De outro, há momentos em que um único minuto parece se arrastar, como se o relógio tivesse esquecido de cumprir seu dever. É curioso como a mesma medida, o mesmo ponteiro, pode ser tão relativo aos olhos da gente.
Fico pensando se o tempo é mesmo essa linha reta que nos ensinaram, que começa no nascer e termina no fim, ou se ele é mais parecido com um ciclo, cheio de voltas, retornos e repetições. Às vezes me vejo revivendo emoções antigas, lembranças que vêm com uma força tão presente que parecem acontecer de novo. Outras vezes, é no cheiro do café ou no canto de um pássaro que sinto que passado e presente se encontram, como se o tempo fosse uma espiral, e não um caminho reto.
E no meio disso tudo, o que mais me consola é perceber que, independentemente de como ele se apresenta – correndo ou arrastado, linear ou circular – sempre existe espaço para os pequenos instantes de beleza. O sorriso inesperado de alguém, uma palavra que aquece, o vento que muda de direção e traz um cheiro de novidade. Talvez seja isso que importa: mais do que medir o tempo, aprender a senti-lo.