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Rebuliço nos quartéis

‘Infâmias são frustrantes, mas a verdade virá à tona’

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Major-brigadeiro Jaime Sanchez - Foto Alan Santos

Voltou a circular nas redes sociais um vídeo, de agosto de 2021, onde um jornalista comenta uma publicação da revista Fórum, informando que mais de 100 Generais, citando nomes de membros do governo Bolsonaro e do ex-Comandante do Exército, teriam sido promovidos a marechais “por baixo dos panos”.

A reportagem é tremendamente absurda, mentirosa e lesiva à moral e à reputação das Forças Armadas, conquistada simbolicamente a partir da expulsão dos holandeses e lapidada, continuamente, desde a criação da Marinha do Brasil, pelo amor e dedicação dos seus membros e à custa do sacrifício de milhares de vidas.

Tal disparate merecia, já naquela ocasião, enérgica e proporcional reação institucional pelas vias jurídicas, a qual foi substituída por simples explicações, desnecessárias e insuficientes para curar a ferida aberta nas almas castrenses.

Após a expectativa de um novo rumo, trazida pela eleição do aguerrido capitão e a formação do seu “Estado-maior conjunto”, fomos vendo a esperança esmaecer ao sermos “conduzidos a depor debaixo de vara”; ter amaçado de confisco nosso mais sagrado celular; sermos proibidos de festejar nossa vitória contra o comunismo que batia à porta, possibilidade que agora se repete; chamados de fascistas e coniventes de genocídio; e, finalmente e mais grave, assistirmos cotidianamente nosso comandante supremo exasperar-se para combater o inimigo, sendo desafiado e constrangido por políticos corruptos, entidades aparelhadas e ativistas “plantados” numa Suprema Corte desmoralizada e militante, a serviço do mega ladrão, do PT e de todos os seus correligionários.

É frustrante ver nossa classe e a instituição que nos criou e que ajudamos a construir ser enxovalhada por gente da pior qualidade. Não merecemos sequer ver seu nome pronunciado por verdadeiras caixas de esgoto, por onde transitam apenas a podridão e afirmações de desprezo a Deus, à família, à sociedade e à Nação.

Essa frustração não se traduz em descrédito aos Comandantes militares, por conhecermos a formação, a trajetória e os critérios que os conduziram aos cargos que hoje ocupam, mas geram a insegurança de ver o precipício aproximando-se em alta velocidade e o pedal do freio aparentemente desguarnecido.

É óbvio que é cômodo e desprovido de risco reagir quando não estamos investidos da responsabilidade do Comando. Entretanto, a experiência adquirida em décadas de serviço às Forças Armadas, com mais de uma década no alto escalão de planejamento e decisão, nos autoriza a cultivar a expectativa e, porque não dizer, a certeza de que dispomos de todas as informações estratégicas e os planos para os diversos cenários, capazes de interromper essa cruzada pelo retorno ao passado corrupto e devastador do qual nos livramos temporariamente.

Recusamo-nos a acreditar que esse silêncio seja fruto da leniência e cultivamos a esperança de que a reação virá em tempo oportuno e na intensidade necessária a recolocar nossa Pátria em seu devido lugar.

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