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Inglaterra enterra Ricardo III, morto há mais de 500 anos

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Com mais de 500 anos de atraso, a Inglaterra dá início neste domingo (22) a uma cerimônia de cinco dias para enterrar um rei conhecido como malvado e ladrão de trono, Ricardo III.

Retratado por Shakespeare como um tirano corcunda, Ricardo foi morto na Batalha de Bosworth, em 1485, mas seus restos mortais se perderam com o tempo.

Em 2012, cientistas britânicos localizaram o esqueleto do rei em um estacionamento na cidade inglesa de Leicester.

O esqueleto — que apresentava a coluna curvada — passou por testes que comprovaram que o DNA era compatível com os descendentes do monarca.

Os restos mortais do rei serão depositados na Catedral de Leicester na quinta-feira, mas farão um tour antes disso, passando pelo campo de batalha onde Ricardo foi morto.

Ricardo governou o reino da Inglaterra no século 15 e foi o último monarca britânico morto em batalha.

Desde que seu esqueleto foi descoberto, sua imagem sofreu uma mudança positiva. Em vez de ser visto apenas como um tirano que roubou o trono, ele passou a ser descrito por alguns como um monarca típico de sua época.

O rei foi o último da casa dos Plantagenet, uma dinastia de origem francesa que deu lugar aos Tudor. Segundo a mídia britânica, a rainha Elizabeth II, da casa de Windsor, deve comparecer ao enterro do “rei mau”.

Mas a disputa de dinastias ainda causa polêmica. “Não acho que outros membros da Família Real vão comparecer. Eles reivindicam o direito ao trono como descendentes dos Tudor e ainda se referem a Ricardo como o rei usurpador em seu site”, disse Philippa Langley, da Sociedade Ricardo III, ao jornal The Sunday Express.

Em 1483, logo após a morte de seu irmão, Ricardo foi nomeado como tutor de seu sobrinho, Eduardo V. Mas decidiu assumir o poder.

Após apenas dois anos de reinado, ele foi morto na batalha de Bosworth, após ser desafiado pelo futuro rei Henrique VII, da dinastia Tudor.

Segundo os especialistas, o rei Ricardo III foi enterrado às pressas em uma igreja no centro de Leicester, sem sinal de que um caixão foi usado.

A igreja foi demolida no século 16, e a localização da cova acabou sendo esquecida nos séculos seguintes.

No entanto, um grupo de entusiastas e historiadores conseguiu rastrear a área provável da sepultura. Eles também conseguiram, após uma análise genealógica minuciosa, encontrar um descendente do rei para comparar o DNA.

Durante a pesquisa, descobriu-se que os ossos pertenciam a um homem que em torno de 30 anos – Ricardo III tinha 32 quando foi morto.

Seu esqueleto mostrou sinais de dez ferimentos, incluindo oito no crânio – dois deles potencialmente fatais.

Ricardo III costumava ser retratado por alguns historiadores como uma pessoa “deformada” – e realmente, pelo esqueleto, pode-se observar que sua coluna era bastante curvada, devido a uma escoliose.

No entanto, não foram encontradas indícios de outros problemas descritos pelos estudiosos em caracterizações exageradas do rei.

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