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Internautas questionam prisão de verdadeiro assassino de Santiago

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Logo após a prisão do suspeito – que depois acabou confessando o crime – de atirar o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade no último dia 10 (ele foi atingido em manifestação no Rio no último dia 6), Caio Silva Souza, muitos internautas questionaram a autoria do crime, comparando a foto do rapaz com a de imagens de outro que aparece na manifestação no momento do fato, que é branco, de longos cabelos negros e gordo. Caio é negro, cabelos cortados ao estilo militar e magro. Para os internautas, a Polícia prendeu um “bode expiatório” para responsabilizar pelo crime e dar uma satisfação à sociedade. Além disso, pode estar ainda protegendo quem realmente soltou um rojão e muitos suspeitam de que seja ligado à Polícia Militar, pois, imagens mostram o rapaz branco e de camisa cinza conversando com PMs logo depois de soltar o rojão que atingiu o cinegrafista. Com a prisão do falso suspeito, ele poderia ser obrigado (ou ter recebido dinheiro para isso) a responsabilizar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ou o partido, visando beneficiar a pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão (PMDB) ao Governo do Estado.

Ontem, o advogado de Caio, Jonas Tadeu Nunes – que defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro – disse que partidos políticos financiam os “black bloc” e que Caio e outros jovens teriam recebido R$ 150 por dia para fazer baderna nas manifestações populares. O professor aposentado de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) Alceste Pinheiro, instiga os colegas a questionarem a versão oficial. “Vou sugerir aos meus amigos editores e repórteres em atividade no jornalismo que se municiem de informações e fotos e procurem um perito para sanar a grande dúvida: afinal o da foto que anda e andou pela internet é de fato do assassino do Santiago?”, questiona. A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Paula Máiran, que já foi assessora de imprensa de Freixo, concorda com o colega e reafirma a inocência do PSOL no episódio. “Cá entre nós, o PSOL não costuma nem pagar cabo eleitoral em tempo de campanha”, argumentou.

O sindicato responsabiliza a TV Bandeirante no caso, por não fornecer capacete nem colete à prova de balas aos cinegrafistas e repórteres que atuam em manifestações e situações de conflito. O dirigente do PT estadual, Carlos Marcelo Ribeiro, também não acha que o rapaz preso e o de blusa cinza sejam a mesma pessoa. “Eu me solidarizo com a familia do cinegrafista morto, agora quem estimulou, financiou e orquestrou os atos de confronto, merece o nosso repudio”, declarou. O professor Laffayete Alvarez Júnior, acredita em conspiração contra o PSOL. “A história é mais complicada!!! O advogado detona os próprios clientes! E o sujeito foi o mesmo que defendeu os milicianos que foram presos por conta da CPI presidida pelo Freixo!”, observou Alvarez, referindo-se a Jonas Tadeu Nunes. “A partir de 3:40 vc vê dois rapazes indo em direção à polícia. conversanso com eles! apontando, conversando! o de camisa cinza que havia lançado o artefato (aparentemente pq não há ninguém com uma imagem do trajeto do rojão até o Santiago)”, completou o professor. A arquiteta Mabel Mow concorda com ele.

“A tentativa de responsabilização do Freixo foi evidente. não falo da militância do PT em si, acho que interessa ao governo em geral arrumar um pretexto pra endurecer a coibição às manifestações. E ainda não entendo qual é a da proteção ao cara de cinza…”, declarou. O PSOL nacional divulgou nota demonstrando solidariedade com a família de Santiago Andrade e repudiando os ataques a Freixo. Eis um trecho: “Nosso partido foi surpreendido com a matéria veiculada pelo programa Fantástico (TV Globo) no último domingo e reproduzida por outros veículos de comunicação que tentam vincular o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL/RJ) ao episódio que vitimou o cinegrafista Santiago Andrade, no último dia 6 de fevereiro, durante conflito entre manifestantes e policiais na cidade do Rio de janeiro.

Desde que teve conhecimento do fato, o PSOL se solidarizou com a família do cinegrafista e se colocou a favor da apuração dos fatos. Enviamos nossas condolências à sua família. Nossa conduta foi idêntica também nos casos de agressões de policiais a manifestantes e jornalistas em episódios recentes. Sabemos que a leviandade cometida contra Marcelo Freixo e o PSOL na referida matéria está inserida no contexto da crescente criminalização das lutas sociais. A possibilidade de ocorrer uma fatalidade, seja através das balas da Polícia, seja através de rojões dos manifestantes, estava dada. Nosso partido apoia de forma irrestrita o direito à livre manifestação e recrimina a postura repressiva do aparato estatal. Mas ao mesmo tempo, não concorda e nem participa de ações efetuadas por pequenos grupos presentes em alguns atos.

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