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Muitas cores

Italiano se inspira em Arlequim para criar linha de porcelanatos

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Autor/Imagem:
Marcelo Lima

Alessandro Mendini nasceu em Milão em 1931. Formado em arquitetura, em 1970 ele abandonou a prancheta para se dedicar ao jornalismo, tendo atuado, entre outras, como editor da prestigiosa revista Domus. Paralelamente, participou de muitas experiências radicais de design, com o objetivo de criar objetos com base na cultura popular, fora dos limites estritos da funcionalidade e da produção industrial.

Desde 1989, com seu irmão Francesco, mantém estúdio em Milão, onde desenha de objetos a instalações especiais para empresas italianas e internacionais. Com a brasileira A Lot Of Brasil sua colaboração teve início em 2013, quando desenhou o sofá K2 de plástico, uma releitura de seu clássico modelo Kandissi, de 1979.

Com a recém-lançada linha de porcelanatos Carmen, criada em parceria com a Cecrisa, Mendini, mais uma vez, exercita o seu estilo irônico e irreverente. Desta vez, tendo como base o produto cerâmico, que ele tanto admira. Como ele fez questão de pontuar nesta entrevista exclusiva para o Casa.

O senhor já havia desenhado objetos de cerâmica antes? Como vê o material?

Em 2009, projetei algumas peças, como a poltrona Proust, produzida em escala limitada pela Ceramic Collection, e, tempos depois, as Dodici Collone, para a Superegodesign: um conjunto de três grupos de colunas coloridas, capazes de atingir até 1,80 m e possibilitar diferentes configurações. E, agora, Carmen, com peças também customizáveis, com brilho e formato particulares que remetem ao do diamante.

Como surgiu o convite para desenhar Carmen?

Tenho vivido experiências muito belas com a Lot of Brasil, para a qual já desenhei de móveis a produtos têxteis. O padrão Carmen, aliás, foi desenhado para um tecido. O nome é uma homenagem à Carmen Miranda e, suas cores, selecionadas com base na máscara de Arlequim, o mais famoso boneco medieval. São formas geométricas simples, mas muito expressivas, que penso serem adequadas para aplicação em diversos materiais, incluindo vidro e cerâmica. Por isso, fiquei muito feliz quando meu amigo Pedro Paulo Franco, proprietário da marca, me convidou a transformá-las em porcelanato.

De que forma o contexto cultural brasileiro o influenciou na concepção do trabalho?

As cores e os ritos do Carnaval me impressionam muito. As tradições brasileiras são cheias de charme, tanto em relação às técnicas artesanais de produção, quanto à própria mentalidade da população. As fontes de inspiração para meus projetos derivam do mundo a meu redor, da história, da pintura, da moda. Nesse sentido, o imaginário brasileiro é uma referência sempre viva e presente. Rica de imagens e energia.

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