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Viralatismo parlamentar

Jair Bolsonaro em dois tempos (do rei do cangaço ao cagaço da prisão)

Publicado

Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Setembro é o mês das flores, período de vida nova, de novos começos, de transformações e, sobretudo, de energias positivas para o Brasil e para os brasileiros. Estamos próximo da temporada de renovação. Quando setembro chegar, após o devido processo legal, merecida e legalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro deverá ser preso. Não necessariamente pela prisão do mito golpista, mas, pela paz que ela representará, muita gente sairá assobiando pelas ruas da cidade comemorando a boa nova.

Triste para uns, mas festivo para outros, o anúncio deve abrir as janelas do peito dos verdadeiros patriotas, aqueles que nunca perderam a esperança de perenidade da democracia. Parafraseando a canção de Beto Guedes, eu me incluo na extensa lista de brasileiros que, banhados pelo Sol de Primavera, querem ver brotar a paz e o perdão, querem ver crescer nossa voz. “Muitos se perderam no caminho, mas que voltemos a chorar juntos pela recuperação da imagem do país e da solidariedade marcante do povo do lado de cá do Equador.

Aproveitando os versos de outro compositor nacional, o nosso João Bosco, tenho alma de artista, tremores nas mãos, alguns tiques e muitas manias. Uma delas é a ojeriza pela tirania. A outra é o amor pela democracia. Portanto, em setembro, se Vênus nos ajudar, poderemos novamente buscar nas vitrines das lojas de bijuterias os botons verde e amarelo. O melhor de tudo é que, com a poeira assentada, voltaremos a usar a camisa canarinho sem medo de sermos confundidos com um daqueles loucos que tentaram tomar o poder à força.

Restará ao patriotismo de araque um sopro e a tentativa fracassada de misturar ideologia com economia e soberania. Em forma de metáfora ou de um samba inacabado, o dragão da paz e do amor tende a reaparecer nas águas da Guanabara, de Maceió, do Recife, do Lago Paranoá e da Ilha de Marajó. Sumindo nas curvas da Estrada de Santos, ele levará consigo o sonho nefasto dos gorilas que um dia pensaram em comandar com mão de ferro uma nação cuja população descobriu que seu bem maior é a democracia plena.

Endeusaram um falso profeta, do mesmo modo que santificam pastores que adoram exclusivamente o Deus das sacolas recheadas de dízimos. Em nome da liberdade de expressão, desafiam a Justiça, desrespeitam leis, debocham de autoridades e assumem o viralatismo ao defender que um governante de fora dê palpites nos assuntos que só nos dizem respeito. Um dia, certamente virá o arrependimento. Será tarde demais para todos os que preferiram ouvir as imbecilidades dos fanáticos ideológicos.

A esquerda que nos governa pode ser indesejada. Todavia, avaliando sem o fígado, ela tem se mostrado muito mais eficaz do que a direita incompetente. Independentemente de que lado estejamos, me parece cristalino que não há o que fazer em favor da liberdade de Jair Bolsonaro. No português para cegos, surdos, fanáticos e vendidos, de nada adiantarão os grupos de palhaços, os calhamaços, apitaços, panelaços, estardalhaços, gritaços e balaços contra o canetaço do ministro Alexandre de Moraes. Sem embaraço, o pacotaço de leis utilizado por Xandão já atingiu o espinhaço de Jair Messias. Agora, além do abraço da multidão, nos resta lamentar que o rei do cangaço está com cagaço da prisão.

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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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