Curta nossa página


Ajuda aí, vai

Lanço todas as fichas na aposta de que ninguém faz tudo sozinho

Publicado

Autor/Imagem:
@donairene13 - Foto Produção Editoria de Artes/IA

Você consegue pedir ajuda?

Não estou falando daquela ajuda simples, do tipo “pode me dar uma mão com a louça?” ou “você pode revisar esse relatório pra mim?”. Essas são fáceis, não exigem que a gente se exponha demais.
Eu estou falando da outra ajuda, aquela que pesa na garganta antes de sair, que parece um pedido de socorro disfarçado de fraqueza.

Sabe quando uma tristeza que parecia passageira resolve montar acampamento dentro da gente? Dias viram semanas, semanas viram meses, e de repente a gente já nem lembra o motivo original daquela dor, só se acostumou a carregá-la como se fosse parte do corpo. É nesse ponto que pedir ajuda se torna urgente, mas, paradoxalmente, parece impossível.

Ou quando a ansiedade se instala e não dá trégua. Você acorda cansado, vai dormir exausto, e mesmo assim a mente corre sem freio. As mãos suam, o coração acelera por motivos que você não consegue explicar. E lá no fundo, a vozinha insiste: “eu devia dar conta sozinho”. Como se buscar apoio fosse uma confissão de incompetência.

E há também aqueles momentos em que a vida perde a cor. Você continua cumprindo compromissos, sorrindo mecanicamente, mas sente que está vivendo no modo automático. Até o que antes trazia alegria agora parece indiferente. Aí sim é hora de pedir ajuda, mesmo que a boca trave, mesmo que o orgulho tente impedir.

Aprendi, com muito custo, que pedir ajuda não é sinal de fraqueza. É um ato de coragem, é admitir que a vida é pesada demais pra se carregar sempre sozinho. Porque, no fundo, todo mundo precisa de um ombro, uma escuta, um amparo. E ninguém deveria sentir vergonha disso.

E pedir ajuda pode ser mais simples do que parece quando você encontra a pessoa certa. Pode ser um amigo de confiança, alguém que vai te ouvir sem julgamentos, sem pressa, sem tentar resolver tudo com um “vai passar”. Mas acima de tudo, é possível buscar ajuda profissional. Pode ser o médico que já te acompanha e conhece sua história, ou um psicólogo, um psiquiatra. Eles têm as ferramentas certas para ajudar a aliviar esse peso, e ninguém precisa carregar o mundo nas costas sozinho.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.