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Fora golpistas

Lei deve ser aplicada para evitar novos atos terroristas

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Giulia Afiune/Via Agência Pública de Jornalismo Investigativo Foto Joé Cruz

Tenho certeza de que as cenas de golpistas tomando as sedes dos Três Poderes da República foram tão estarrecedoras pra você quanto foram pra mim. E escrevo novamente, agora com o sangue quente e um forte sentimento de revolta.

Há muitos responsáveis pela situação chocante que vimos, e um deles é uma velha conhecida dos brasileiros: a impunidade. Vi alguém escrevendo no Twitter que se Bolsonaro tivesse sido punido por ter homenageado um torturador enquanto votava pelo Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, nossa História recente teria sido bem diferente.

Se os responsáveis pelos muitos atos de caráter golpista e anti-democrático que pipocaram durante os últimos quatro anos tivessem sido punidos, a História teria sido diferente. Se os responsáveis pelos bloqueios golpistas em estradas logo após a eleição de 2022 tivessem sido punidos, a História teria sido diferente. Se o ex-Ministro da Justiça de Bolsonaro não tivesse sido presenteado com o cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, a História teria sido diferente.

Se os responsáveis pelas inúmeras atrocidades cometidas pelo governo Bolsonaro forem punidos, a História daqui pra frente poderá ser diferente. Ainda dá tempo de investigar os crimes que ele e seus colegas cometeram quando tinham o Estado brasileiro nas mãos. E não podemos deixar essa oportunidade passar. Tem que ser agora.

Em 2023, a Pública está comprometida a documentar esses crimes. Primeiro porque os brasileiros merecem ser informados sobre isso. Mas também para que os responsáveis não fiquem impunes e não voltem ao poder nas eleições de 2024 e 2026. As cenas mostram que isso é uma possibilidade real.

A tentativa de golpe que vimos em Brasília, aliás, vem sendo gestada há tempos pelos bolsonaristas. Ela prosperou com a ausência de ações do Ministério da Justiça, a anuência do Exército e o uso desenfreado da máquina pública para apoiar o discurso golpista. Nós também queremos desvendar como essa construção foi feita pelo governo Bolsonaro e como isso desembocou nas invasões. Inclusive, já estamos apurando e fazendo pedidos com base na Lei de Acesso à Informação para entender o que foi feito e o que deixou de ser feito.

Nossa equipe corre para investigar essa história. Revelamos que o código “Festa da Selma” foi usado por bolsonaristas para coordenar os atos terroristas nas redes sociais nos últimos dias. Falamos também com o jurista Roberto Dias, para entender o que pode acontecer com os golpistas presos por terem participado dos atos. Que tudo isso se repita, jamais.

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