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ET no Sertão

Lenda ou história que venceu o tempo nordestino

Publicado

Autor/Imagem:
Acssa Maria - Imagem Editoria de Artes/IA

No sertão é assim: o céu parece mais perto da terra e as estrelas brilham como olhos curiosos. Foi nessa região árida do Nordeste que nasceu uma história que o tempo não apagou. Era uma noite quente, dessas em que o silêncio da caatinga só é quebrado pelo canto distante de um curió ou pelo uivo do vento nos galhos secos. E foi ali, entre cactos, mandacarus e olhos desconfiados, que o “ET do sertão” apareceu pela primeira vez.

Dizem que foi em 1983, numa vila esquecida no mapa, onde a luz ainda era de lamparina e o rádio de pilha era a principal janela para o mundo. Naquela noite, um clarão estranho riscou o céu. Não era estrela cadente nem relâmpago — era algo diferente, como se o céu tivesse aberto uma porta para o desconhecido. Um objeto voador desceu devagar e pousou próximo ao riacho seco de Zé Targino.

No dia seguinte, a notícia correu mais rápido que vento em redemoinho: “O sertão viu um disco voador!” Uns juravam que viram um ser magro, de olhos grandes e cabeça reluzente, andando pelos arredores, meio perdido. Outros diziam que era só invenção de pescador com cachaça demais. Mas a verdade é que, desde aquele dia, o “ET do sertão” virou lenda viva.

As crianças cresciam ouvindo a história contada na sombra do umbuzeiro, com olhos arregalados e imaginação solta. Os mais velhos discutiam nos bancos da praça se aquilo era mesmo um extraterrestre ou alguma invenção do governo. E entre uma feira e outra, lá vinha alguém com um novo “avistamento”, uma nova história, uma nova luz no céu.

O tempo passou, mas a história ficou. Virou cordel, virou canção de sanfoneiro, virou desenho nas paredes das escolas. Hoje, mesmo com internet e celular, o povo do sertão ainda guarda com carinho essa memória. Porque mais que um mistério do espaço, o “ET do sertão” é um símbolo da imaginação que resiste, da oralidade nordestina que encanta, da cultura que transforma o impossível em poesia.

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