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A volta do malandro

Lira, velha raposa, dá em Lula uma no cravo, uma na ferradura

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Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile/Via O Ponto - Foto Lula Marques

Se até aqui, o ritmo da conjuntura política era dado pelo STF e pelo Planalto, as últimas duas semanas colocaram o Congresso de volta ao tabuleiro e, principalmente, trouxeram Arthur Lira para o centro dos holofotes e das tramas.

Com uma mão, o coronel alagoano agradou o governo e recolocou a urgência da PL das Fake News, mas com a outra obrigou o governo a recuar nas mudanças do Marco do Saneamento e ainda colocou em pauta uma CPI do MST, claramente para dar palco para os ruralistas, além de outra para as Lojas Americanas, que pode ser um balcão de negócios para extorquir empresários.

Com a bola debaixo do braço, Lira sabe que as CPIs podem reduzir o ritmo dos projetos estratégicos do governo e mira nos cargos ainda não nomeados do segundo escalão para baixo no Planalto, além de marcar pontos na sua disputa pessoal contra Renan Calheiros.

Mas, pior: um modelo de análise da Quaest demonstrou que Lira, de fato, entrega o que promete e, sem ele, o governo arrancaria bem menos votos na Câmara. A dependência da capacidade de articulação de Lira pode se agravar quando o tema do arcabouço fiscal for ao plenário.

Afinal, além dos sinais da oposição de que pode mudar a proposta, até deputados do PT preparam emendas ao projeto. E, enquanto as CPIs ganham a cena, pouco se fala da luta da equipe econômica para dobrar a intransigência sem fim de Campos Neto e reduzir a taxa básica de juros.

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