Onomatopeia da direita
Lula 3 só não chegará ao Lula 5 se tempo impedir
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Onomatopeia é uma figura de linguagem que usa palavras para imitar sons reais de animais, objetos, pessoas ou fenômenos da natureza. Sem a necessidade de se ater aos sons animalescos, fiquemos no que torna qualquer narrativa mais viva e vivida. Nas ruas desde a posse de Luiz Inácio para seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, a campanha presidencial de 2026 é a própria onomatopeia animal. Entre atchins, clap! claps!, cof, cofs, tic-tacs e toc-tocs, o que mais temos visto nos salões da direita e da extrema-direita são sons a esmo, sem nexo e normalmente sem objetivo.
Um dos mais comuns é o miau do gato que subiu no telhado e de lá só sai quando o sapo barbudo parar de coaxar. Como o batráquio mais amado do Brasil demonstra saúde de leão e força de touros bravios, isso levará tempo para ocorrer. E o pau continua a quebrar na casa e no entorno do mito que já se apresentou com o sibilo de uma cobra cascavel. Engolido pelos grilos que acompanham o croac croac do sapo, a cascacu virou minhoquinha e luta bravamente para ficar presa sob a cama mole de colchão duro.
Sons onomatopeicos à parte, o fato é que, enquanto os pintos piam fino desde a ausência do pai, os urubus da política crocitam pela falta de carniça fresca, os burros zurram pela constância de burrices, os cavalos relincham pela falta de pasto futuro e as hienas gargalham de medo da jaula, os sinos dobram na direção do límpido, fresco, avermelhado e movimentadíssimo lago azul do palácio dourado onde dormita um tranquilo batráquio à espera de suas indesejáveis presas.
Embora animalescas, as metáforas são pertinentes, oportunas e, pelo menos até agora, destinadas a Luiz Inácio Lula da Silva. Que me perdoem os céticos, os preocupados, os apavorados, os anistiadores de bandidos, os enganadores do povo e, principalmente, os patriotas travestidos de terroristas, mas, em breve, vocês terão de acampar em outra freguesia. A do Brasil é de Lula e ninguém tasca. Inicialmente, não tasca por absoluta falta de incompetência. Depois, pela ausência total de nomes comprometidos com os anseios da população e sem empatia alguma com o povão.
É aí que Lula nada de braçada. No reino em que a boçalidade, a bandidagem e a picaretagem imperam, basta alguém ter um olho bom para virar rei uma, duas, três, quatro vezes. Alguém duvida? Mesmo as pesquisas de origem duvidosa revelam que Jair, Michelle, Flávio e Eduardo Bolsonaro não aguentam o primeiro debate com o atual presidente da República. Lula pode até não merecer os elogios que recebe. No entanto, é de longe muito mais preparado do que todo o clã junto, um por dentro do outro.
Se quiserem, incluam Michel Temer nessa bagagem de drogas. Será mais um a ser mandado de volta para a Turquia com passagem só de ida. Não à toa, toda a família seria empurrada do despenhadeiro já no primeiro turno. E não adianta chorar. O leite começou a derramar em outubro de 2022. Portanto, não percam tempo lamentando o que não pode ser mudado. Aos corvos que não sabem mais como crocitar, Lula 3 se tornará Lula 4 no ano que vem e só não volta Lula 5 em 2030 se o tempo não permitir. Quanto aos chorões, chorem enquanto têm lágrimas. Os lenços e as mamadeiras estão à disposição nas melhores casas do ramo. Com Lula no pedaço, resta aos paladinos uma única e honrosa saída: cresçam e apareçam.
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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978