Cortando na raiz
Lula acerta na mosca ao rejeitar mais deputados
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Confesso que fiquei aliviada ao saber que presidente Lula vetou o projeto que aumentaria o número de deputados federais de 513 para 531. Um aumento que é difícil de justificar, ainda mais em tempos de contenção de gastos, com tantas urgências sociais não atendidas. O impacto estimado é de quase 100 milhões de reais por ano. Tudo isso para que mais cadeiras sejam ocupadas por parlamentares que, na maioria das vezes, já têm dificuldade de justificar o que fazem com os próprios mandatos.
Com o veto, Lula devolve ao Congresso a responsabilidade por essa bomba. O veto presidencial, nesse caso, funciona quase como um espelho: “vocês querem mesmo isso? Então se exponham.” Se o Congresso quiser insistir e derrubar o veto, que faça isso às claras, diante da opinião pública, assumindo o desgaste que essa medida certamente causará. É como dizer: “Se querem passar essa vergonha, façam sem minha assinatura.”
O Brasil não precisa de mais deputados. Precisa de melhores representantes. Precisa de escolas funcionando, hospitais com profissionais e equipamentos, rodovias em boas condições, políticas públicas eficientes e servidores valorizados. Precisa de respeito com o dinheiro público. E o povo, sinceramente, está cansado de ver prioridades sendo colocadas de cabeça pra baixo.
Se o Congresso insistir, que o faça sob os holofotes. Que cada deputado vote consciente de que sua decisão será lembrada. Porque aumentar o número de parlamentares, neste momento, é um deboche. E quem escolher esse caminho que arque com o peso das consequências.