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Pimenta enfim ardeu

Lula compara Netanyahu a Hitler e abre crise entre Brasil e Israel

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José Seabra - Foto Ricardo Stuckert/ABr

Com dor na consciência desde outubro do ano passado, quando demitiu, a pedido de Paulo Pimenta, o jornalista Hélio Doyle do comando da Empresa Brasil de Comunicação, Lula finalmente sentiu a ficha cair. O então presidente da EBC foi acusado de estremecer as relações do Estado brasileiro com o Estado judeu, ao reproduzir uma publicação no antigo Twitter (atual X), chamando de “idiota” quem apoia a política genocida do premiê israelense ao tentar dizimar o povo palestino.

A crise enfim chegou, mas não como consequência do que postou Hélio Doyle. O pavio de pólvora foi aceso pelo próprio Lula neste domingo, 18, ao comparar Benjamin Nini Netanyahu a Adolfo Hitler. “As ações perpetradas por Israel na Faixa de Gaza são genocídio”, afirmou o presidente em entrevista na Etiópia, onde se encontra em visita oficial.

Disse Lula: “Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”. E acrescentou: “O que está acontecendo na Faixa da Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. E você vai deixar de ter ajuda humanitária? Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber porque estavam morrendo?”.

O questionamento de Lula foi logo após ele anunciar ajuda humanitária aos palestinos, que perderam dólares e euros ocidentais, aliados de Israel desde o suposto êxodo de judeus que teoricamente viviam como escravos sob a chibata dos faraós egípcios.

Tel Aviv reagiu às declarações de Lula. Nini mandou que sua chancelaria convocasse o embaixador do Brasil para se explicar. Como é domingo, não se tem notícia se o diplomata brasileiro atendeu ao chamado. Mas, até que se esclareça essa crise diplomática, o fogo vai queimando o pavio. Se chegar ao barril, a pólvora explodirá e jogará estilhaços para todos os lados.

Na eventualidade de os dois governos romperem relações diplomáticas, os árabes (a exemplo de russos e chineses) aplaudirão. Mas a Europa e o ‘império’ de Tio Sam vão ficar do lado do Estado que invade vizinhos para tomar terras e saciar sua sede de sangue. Por aqui, resta saber como ficará a situação do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Ao que parece, ele desconhece o ditado de que pimenta no ** dos outros, é refresco.

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