Lula contraria pesquisa do PL e mantém a preferência do eleitor

Ao contrário do antecessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu governar para todos os brasileiros, independentemente da ideologia partidária de cada um. Das mais acertadas e coerentes de sua gestão, a decisão pode não ter rendido 100% de dividendos políticos. No entanto, certamente gerou dúvidas atrozes naqueles que o viam com o diabo em figura de gente. Mesmo reservadamente, esses já começam a repensar suas escolhas. Melhor optar pelo candidato daquele ex-presidente que nunca teve propostas e ideias ou votar em quem promete pouco, mas, na medida do possível, garante mais alegria do que tristeza para o povo.

Como já disse neste mesmo espaço, Lula pode não ser o presidente ideal. No entanto, é o que temos de melhor na atual política de compadrios, de barganhas criminosas e de ameaças golpistas. Lula provou que aprendeu com seus erros do passado. Repito que me mantenho com um olho no padre e outro na missa. Todavia, durmo tranquilo, respiro sem aparelhos e circulo pelas ruas, praças e avenidas do meu país sem medo de, equivocadamente, ser denominado de comunista.

Sou democrata por convicção e, como tal, tenho medo daqueles que, travestidos de patriotas e de defensores da moral e dos bons costumes, não aceitam que eu tenha opinião diferente da deles. Desses eu quero distância. Em nome de coisa alguma, o ex-presidente do atraso priorizou a elite, ora representada pela Avenida Faria Lima ou pela Rua Oscar Freire, ambas em São Paulo, ora pelo agronegócio, ora pelos golpistas estrelados. De nada adiantou. O mito em breve será conhecido como presidiário.

Como presidente de todos, Lula não priorizou nem mesmo o Nordeste. E os nordestinos entenderam o recado do governo da coletividade. Tanto que o elegeu em 2022 e deverá reelegê-lo em 2026. É só uma questão matemática. Apesar de todas as sacanagens da direita e as ziquiziras da política, o governo do líder petista é aprovado por 60% dos nordestinos. Nas demais regiões, os índices de aprovação oscilam entre 45% e 51%.

De triste lembrança para o eleitorado nacional, em 2022 a maioria dos nordestinos quase deixou de votar por conta de ações criminosas ordenadas pelo então presidente da República. Novamente, de nada adiantou. Ele perdeu no Nordeste, perdeu a eleição, perdeu a credibilidade e, em um ou dois meses, no máximo, deverá perder a liberdade. E Lula? Três anos depois, contrariando pesquisas do PL do ex-deputado Valdemar Costa Neto, o sal da terra se mantém como o candidato preferido do povo do rico e hospitaleiro rincão nordestino.

Obviamente que Luiz Inácio não é uma unanimidade em parte alguma do Brasil. Nem Jesus Cristo foi. Entretanto, já ouvi de fontes seguras e isentas de paixões partidárias que, nos nove estados da região, ele é tido como o Morango do Nordeste. Tal qual na canção composta por Walter Da Silva e José Fernando Alves, Lula só colheu o que plantou e, por isso, é somente ele quem satisfaz os nordestinos da paz. Conforme minhas fontes, há quem diga que, como verdadeiros cabras da peste, boa parte dos eleitores locais vão até para a guerra com Lula lá. Ai-ai-ai, é amor? Só pode ser!

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978