Lula indica o Messias certo, na hora certa…

Acabou a espera, acabou a expectativa. Finalmente o presidente Lula indicou o substituto de Barroso no STF: o ministro Jorge Messias, atual advogado-geral da União. Nenhuma surpresa, seu nome circulava há semanas, sempre com força, sempre com aquele ar de “é ele”. Confesso: era o meu favorito desde o início.

Messias tem um perfil que me agrada muito. Evangélico batista, mas sem qualquer radicalismo. Uma raridade em tempos em que tanta gente tenta instrumentalizar a fé para alimentar ódio. Acadêmico sólido, com mestrado e doutorado pela UnB, mas com raízes firmes no Nordeste, onde se graduou na Universidade Federal de Pernambuco, seu estado de origem. Essa combinação diz muito: compromisso com estudo, com serviço público, e com o Brasil real, diverso, profundo.

É claro que, no fundo, eu adoraria ver uma mulher negra no STF. Seria simbólico, necessário, histórico. Ainda mais numa indicação anunciada no Dia da Consciência Negra. Mas também reconheço a importância de um presidente resistir a pressões e exercer sua prerrogativa constitucional de forma firme. A escolha é dele, e é assim que deve ser numa democracia madura. E Lula, ao não ceder nem ao lobby por Rodrigo Pacheco, mostrou que não governa para agradar corporações ou caciques, mas para cumprir o que considera melhor para o país.

Desejo sorte ao ministro Jorge Messias na sabatina do Senado. Que seja justa, elevada e à altura do cargo. Que ele honre a Constituição, que contribua para um Supremo forte, técnico e independente.

Vida longa à nossa democracia. Que ela continue respirando, resistindo e se fortalecendo, indicação por indicação.