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Pomba da paz

Lula traz ganhos do G7, mas pisa em ovos sobre guerra na Ucrânia

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José Seabra - Foto Susan Wash/AP

Enquanto o Brasil começa a ser banhado pelos raios solares neste domingo, 21, do outro lado do Planeta faz-se uma noite sombria. Lá em Hiroshima, onde encerra-se mais uma reunião do G7 tendo a Terra do Sol Nascente como anfitriã, a Lua Nova não tem tanto brilho. Ofuscados por serem acompanhados, por meio de potentes satélites russos e chineses, os líderes dos Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Itália e Alemanha, além do próprio Japão, cantaram vitória para o público externo, mas sabendo, entre eles, que o buraco é mais embaixo.

Lula, como convidado, esteve sentado ao lado das supostas sete maiores economias do mundo. Por pouco o presidente brasileiro não caiu numa pegadinha, quando foi induzido, em conversas reservadas, a manifestar apoio à Ucrânia em detrimento da Rússia numa batalha que se trava há um ano e três meses. Mas Lula foi firme. Pode mesmo estar conversando com Zelensky enquanto estas linhas são escritas. Mas não tomará o lado desejado pela Otan.

O Brasil compõe o Brics, uma potência financeira que reúne superpotências comandadas por Moscou e Pequim. No grupo também estão os sócios Índia e África do Sul, e uma fila gigante de interessados em dele participar. Lula pisou em ovos, e pode, mesmo, ter estourado dois ou três. O presidente retorna a Brasília na segunda, 22. Volta tremulando a bandeira branca que içou para a turma do G7. O presidente é pragmático como Putin e Xi. E como os dois aliados no Brics, sabe que o momento não é para discutir guerra, mas paz.

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