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Sotaque alemão

Macau, a nova ariranha que vai morar no Zoo

Publicado

Autor/Imagem:
Daniela Brito

Tem morador novo chegando ao Zoológico de Brasília. Trata-se de uma ariranha macho chamada Macau. O animal chega à cidade por meio de uma recomendação de um programa internacional para a conservação da espécie. Macau desembarca em Brasília no próximo dia 7, vinda do zoológico de Dortmund, na Alemanha.

A ariranha é um animal classificado como ameaçado de extinção de acordo com a lista vermelha do Ministério do Meio Ambiente, que registra as espécies de fauna e flora em perigo de extinção no Brasil. A espécie desapareceu da Mata Atlântica e conta apenas com uma população no Cerrado, que habita a região do Médio Araguaia. Esta população enfrenta ameaças pela poluição e destruição do habitat.

O diretor de mamíferos do Zoológico de Brasília, Filipe Reis, explica que a chegada do animal ao zoológico local vai muito além de uma nova atração para visitantes. Trata-se, de acordo com ele, de um trabalho primordial realizado por zoológicos do mundo que busca retirar a espécie do nível de ameaça de extinção.

“Existe um esforço interno entre os zoológicos para manter uma população de ariranha viável sob os cuidados humanos, ou seja, nesses espaços. O objetivo é, de, no futuro, recolocar esses animais em seu ambiente natural. O objetivo final é contribuir para a redução do nível de ameaça de extinção que a espécie enfrenta”, conta o biólogo. “É como se fosse a arca de Noé. Os zoológicos ajudam a resguardar essas espécies, com um manejo genético correto, para evitar que eles desapareçam de seus ambientes naturais”, completa.

Desde o ano de 1975, o Zoológico de Brasília já conseguiu 68 reproduções da espécie, sendo considerado o mais bem-sucedido no mundo nesse quesito. O número expressivo possibilitou que muitas ariranhas sob cuidados humanos na Europa e nos Estados Unidos tenham uma relação de parentesco com animais nascidos em Brasília.

Características do animal
O biólogo conta que as ariranhas são conhecidas por serem animais territorialistas, ou seja, elas defendem a área de vida do seu grupo familiar. “São animais sociais, carismáticos e curiosos”, diz Filipe Reis.

“A nossa ariranha, apelidada de Sí, faz o programa de condicionamento (o animal aprende a obedecer certos comandos para facilitar a convivência entre ele e os tratadores do zoológico) com a nossa bióloga. Ela permite a aplicação de injeção, alguns tipos de toque, vem quando a gente chama. Enfim, é um animal fácil de lidar. Mas é importante que o ser humano tenha respeito e não ameace a ariranha, pois ela pode reagir para se defender, assim como ocorre com muitos outros animais”, ensina.

A ariranha vive na Amazônia, no Pantanal e em parte do Cerrado. A espécie necessita de locais que contenham água limpa e abundância de presas, principalmente peixes.

Preparação
O Zoológico de Brasília já abriga uma ariranha chamada Sí, desde o ano de 2002. Com a chegada do novo indivíduo da espécie, serão feitas algumas adaptações para acomodar bem os dois inquilinos.

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