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Mãe de Eduardo diz que vai processar fundador do grupo Afroreggae

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A mãe do menino Eduardo, morto durante ação policial no Conjunto de Favelas do Alemão, Terezinha Maria de Jesus, 36 anos, afirmou na noite desta quarta-feira (15) que irá processar o fundador da ONG Afroreggae, José Júnior, por suas declarações. No mesmo dia da morte do menino, no último dia 2, Júnior postou no Facebook que “segundo informações, o menino era bandido”. Após a repercussão negativa, ele, primeiramente, excluiu a frase do texto para depois apagar toda a postagem.

Terezinha deu está declaração por volta das 23h15, ao retornar à Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, para encerrar o depoimento. Ela chegou à unidade policial, por volta das 20h30, acompanhada pelo marido e duas filhas, logo após voltarem do interior do Piauí, onde o garoto foi enterrado. A família saiu da delegacia para jantar durante o depoimento.

“Eu só vou falar com vocês uma coisa, que eu só quero mandar um recado para o José Junior, o líder do Afroreggae, que ele colocou na internet que o meu filho é bandido, que criança morta de 10 anos no Alemão é bandido. Eu quero dizer que bandido é ele. Meu filho não é bandido. Meu filho é uma criança que estudava, que tinha projeto na escola”, disse Terezinha, destacando que irá processar José Júnior.

“Como é que ele bota umas coisas dessas na internet sem saber quem somos nós?”, questionou a mãe de Eduardo. “Meu filho é uma criança inocente que morreu inocentemente”, enfatizou.

Questionada se também irá processar o estado, Terezinha disse que, no momento, preferia não comentar a respeito. “Eu só quero mesmo mandar esse recado para o José Júnior.”

A mãe de Eduardo voltou a afirmar que, no momento em que o filho foi baleado, não havia confronto entre policiais e criminosos no Alemão.

“O único tiro que saiu foi da polícia, que matou meu filho”, disse, garantindo ser capaz de reconhecer o policial que atirou, pois o enfrentou assim que vou o filho morto. “Eu o agredi. e ele disse que do mesmo jeito que matou meu filho me mataria”, ressaltou.

Sobre a sua participação na reconstituição do crime, prevista para a próxima sexta-feira (17), Terezinha disse estar preparada para reviver a tarde de 2 de abril. “Eu estou preparada para tudo”, afirmou.

Contradições nos depoimentos
O defensor público Fábio Amado, que presta assistência aos país de Eduardo e acompanhou o depoimento desta quarta-feira, disse que há contradições entre os depoimentos da família e dos dois policiais que admitiram ter efetuado disparos nas proximidades de onde o garoto foi baleado.

“Existem contradições, e o delegado vai apontar e relatá-las todas, apontar e indicar, de acordo com a prova técnica, quem é o responsável e quais as circunstâncias que envolvem a morte dele”, disse o defensor.

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