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Briga pelo poder

Maia adverte Bolsonaro sobre comprar votos

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Autor/Imagem:
Maria Carolina Marcello - Reuters/Via ABr

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apontou nesta sexta-feira o que considera uma “interferência antidemocrática” do governo na disputa pelo comando da Casa e afirmou que os deputados não irão se vender por emendas ou cargos.

O parlamentar, que trava uma queda-de-braço com o governo pela sucessão na Casa, avaliou que a movimentação do Palácio do Planalto pode se reverter em perdas de votos, no futuro, para temas considerados essenciais e alertou que a atuação nos bastidores do próprio presidente Jair Bolsonaro pode terminar judicializada.

“Eles podem transformar o bloco do governo nas agendas econômicas e juntar 200 (votos) apenas, e perder todo o resto porque o governo vem interferindo de forma antidemocrática no processo de eleição da Câmara”. A declaração de Maia foi feita a empresários, durante reunião do Lide, onde ele foi homenageado.

“Porque achar que deputado vai se vender por emenda, só um governo que não respeita a política, que não respeita a democracia, e que fica recebendo no gabinete do secretário de Governo deputados de esquerda, achando que alguém está à venda”, acrescentou o congressista.

Encarada como o fiel da balança no processo eleitoral para a escolha do próximo presidente da Câmara, a esquerda tem sido cortejada tanto pelo grupo de Maia, que ainda não definiu um nome para postular ao cargo, quanto pelo candidato favorito do governo, o líder do chamado centrão deputado Arthur Lira (PP-AL).

Os partidos desse campo político avaliam cenários e devem se reunir na próxima terça-feira para definir uma posição. Há os mais programáticos, que se opõe a qualquer aliança com um candidato do governo de Jair Bolsonaro, mas há também os pragmáticos, que veem no apoio uma chance de garantir que a chamada agenda de costumes não seja pautada.

“Eu acho que eles falaram muito em modernizar a política, em limpar a política, e eles estão propondo algo que eu tenho certeza que o Parlamento não vai aceitar, que é se colocar à venda por emenda, por cargo”, disse, citando que partidos da esquerda já procuraram o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar o suposto uso do governo de emendas para incentivar a eleição de Lira para o comando da Câmara.

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