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Dia delas

Maior de todos os bens do homem, mulher é a nossa eterna paixão

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso - Foto produção Irene Araújo

Ela é singular, poderosa e bela; flutua, hesita, luta, ama; é a terra, o mar, a lua, a voz. Nasceu para ser amada, nos trouxe à vida e, com a delicadeza de uma deusa, não precisa de disfarces para nos envolver do berço ao altar, do altar ao sonho eterno dos céus sem nuvens. Em síntese, por definição, esta é a mulher, o maior de todos os bens do ser humano.

Por conta de sua existência e de suas batalhas diárias é que os tais seres conseguem se tornar inteligentes. Infelizmente, apesar de toda a evolução humana, essa ainda não é uma máxima corriqueira. Triste, mas a inteligência que seduz a parceira é a mesma que a vê como propriedade.

Cegos, embora se achem sábios, homens do tipo brucutu insistem em querer controlar o sentimento alheio. Se fossem realmente sábios, lembrariam dos poetas da antiguidade, para os quais o coração de uma mulher, como muitos instrumentos, depende de quem o toca. Não nos esqueçamos de que, como a abelha no néctar das flores, uma dama se alimenta de carícias.

Também precisamos ter escrito do lado esquerdo do cérebro que, efeito deslumbrante da natureza, a mulher é uma substância tal que, por mais que a estudemos, sempre encontraremos nela alguma coisa totalmente nova.

Sou adepto da filosofia do espanhol Séneca. Segundo ele, uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja aparência inteira é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar partes isoladas. Em outras palavras, não as avaliemos pelas medidas do corpo, mas sim pelos efeitos produzidos por essas medidas.

Antes de se pensar em qualquer elogio às mulheres, é preciso refletir sobre o que somos em relação a elas. Para a maioria dos homens, são nossas mães, namoradas, esposas, irmãs, filhas, tias, primas, netas e cunhadas. São damas e madames, mas acima de tudo mulheres.

Para outros, são seres fortes, que amedrontam e geram temor. Por essas razões, a minoria entende poder chamá-las sempre de sua, não com sentimento afetivo, mas com a conotação de posse. Eis o mistério da dificuldade de ser mulher. É algo difícil porque significa basicamente ter de lidar com homens.

Mais uma vez, é bom que saibamos que nunca as mulheres são tão fortes do que quando se armam com suas fraquezas. Vem daí a tese de que a mulher forte afasta homens fracos. Para ilustrar, lembro um pensamento do escritor francês Honoré de Balzac: “Somente a mulher sabe do que a mulher é capaz”. Se há alguém que discorda, eu não.

Também não concordo em parte com o romancista e dramaturgo francês Alexandre Dumas, autor da célebre frase de que a mulher é o anjo e o diabo num só corpo. Ela até pode encarnar as duas figuras, mas novamente dependerá de o homem libertá-la de um ou de outro corpo. Digo isso porque cada vez mais tenho convicção de que sentir, amar, sofrer e devotar-se será sempre o texto da vida das mulheres.

A maior ambição da mulher é despertar o amor. A nossa nem sempre. De uns tempos para cá, virou moda para alguns dizer que amam, mas, na primeira oportunidade, não se preocupam em vê-la com dor. Uma pena, mas os idiotas estão por todo canto, inclusive ao lado de uma mulher.

Todos nós, principalmente os machões idiotas, temos de apreciar a mulher como inspiração diária, a eterna paixão. Não tenho lampejo feminino algum. No entanto, estou certo de que a cabeça masculina só mudará quando o homem atinar para seu maior defeito: não assumir que dentro de cada um de nós mora uma mulher.

Por mais macho alfa que eu seja, não adianta dizer que meu lado feminino é sapatão. É uma meia verdade. Tanto que a gente só chora escondido e só aceita pilotar o fogão se a mulher disser para os amigos dele que o marido é chef. Desse jeito, é muito fácil ser macho. Isso qualquer animal consegue ser. Difícil mesmo é ser homem e entender que não somos nada sem uma mulher. Parabéns, mulheres, vocês serão sempre nossas referências.

*Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras

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