Paciência de mãe
Malulinha, dois anos, entra na adolescência da infância
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Minha filha completou 2 anos de idade. Dois anos. Parece pouco tempo, mas quem é mãe sabe que nesse período a vida inteira muda de lugar. Os especialistas costumam dizer que essa idade é como a adolescência da infância, e eu preciso admitir: eles têm razão. É uma fase em que o desenvolvimento cerebral e emocional dá um salto, e de repente a criança começa a experimentar uma avalanche de sentimentos novos, sensações inéditas e descobertas que ela ainda não sabe como administrar.
É aí que entram os choros aparentemente sem motivo, os gritos inesperados, as birras que surgem no meio do nada. Para ela, tudo é intenso, tudo é urgente. Um copo errado, uma roupa desconfortável, um brinquedo fora do lugar, qualquer detalhe pode ser o suficiente para desencadear um pequeno drama. E quem acaba segurando essa onda, claro, é a mãe.
Às vezes eu me pego rindo da situação, porque sei que faz parte do processo. Outras vezes, confesso, a exaustão bate forte. É preciso respirar fundo, lembrar que por trás de cada grito existe uma menininha que está aprendendo a lidar com um mundo cheio de novidades dentro e fora dela.
No fim das contas, mesmo com as birras, os choros e os desafios, esses 2 anos são também uma idade de encantos: a fala que se solta, a imaginação que floresce, a autonomia que cresce a cada dia. Eu olho para ela e vejo a mistura da criança que ainda precisa do meu colo e da pequena pessoa que já ensaia passos largos de independência.
É a adolescência da infância, dizem. Eu acrescentaria: é também a época em que nós, mães, precisamos aprender de novo a ter paciência, humor e um amor ainda mais inventivo para atravessar essa fase junto com eles. Coitada da mãe? Talvez. Mas feliz da mãe que pode viver tudo isso.