O Maranhão aderiu ao programa nacional de inovação articulado à Cúpula do BRICS. Parece nota de rodapé, mas é gesto histórico. O estado que carrega as cicatrizes da escravidão, do extrativismo e da invisibilização política, agora se projeta como vetor estratégico de um novo modelo de cooperação Sul-Sul.
Gilberto Freyre, com todos os seus limites, intuía que o Nordeste é síntese das tensões civilizatórias brasileiras. O Maranhão é também terra de Manoel da Conceição, de luta camponesa, de Tambor de Crioula e de resistência poética. Participar do BRICS é mais que economia: é disputar narrativas. Como diria Lélia Gonzalez, trata-se de “inverter o mapa do mundo”.
A presença maranhense nesse debate mostra que as margens têm muito a ensinar sobre soberania, futuro e pluralidade.
