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Sucessão de Crivella

Mariana disputa Rio contra samba do crioulo doido

Publicado

Autor/Imagem:
Pretta Abreu e Eduardo Monteiro

A disputa pela prefeitura municipal do Rio de Janeiro no próximo ano está ganhando tom do Samba do Crioulo Doido. A esquerda quer a cadeira de Marcelo Crivella. Mas como PT, PDT, Psol, Rede e PSB não falam a mesma linguagem, uma aliança entre essas legendas vem se transformando em uma verdadeira Torre de Babel. E a tendência é que se unam apenas para um eventual segundo turno.

Enquanto isso, a turma do centro e centro-esquerda, começa a se movimentar para que Stanislaw Ponte Preta continue a dormir seu sono eterno, entoando seu samba. Na linha de frente desse grupo anti-esquerda estão as pré-candidaturas de Mariana Ribas, que se filiou ao PSDB com as bênçãos de Fernando Henrique Cardoso, e Jorge Coutinho.

Os dois têm história no mundo cultural. Mariana, com uma larga bagagem onde estão incluídos teatro, cinema e música, é ex-secretária de Turismo do Rio, cargou que acaba de entregar por entender que Crivella está pouco se lixando para o setor. Já Jorge Coutinho, que representaria o MDB nesse pleito, é ator consagrado e presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.

Costuras – Porém, como em política quanto mais se costura mais as alianças ficam fortalecidas, pode surgir um terceiro pré-candidato para aliar-se à tucana e ao emedebista. Trata-se de Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência da República, que preferiu deixar o Palácio do Planalto a ter de engolir sapos dos filhos de Jair Bolsonaro.

Bebianno pode ser, assim, o alfaiate capaz de dar os retoques finais nessa costura. Há a expectativa de o ex-ministro se filiar ao DEM nos próximos dias, com o aval de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Não que ele vá surgir como um tertius, mas tem peso suficiente para fortalecer o trio com Mariana e Coutinho. E como o resgate do Rio está acima de qualquer interesse particular, uma coligação PSDB-MDB-DEM, não necessariamente nessa ordem, já é vista como franca favorita para vencer a disputa.

As pré-candidaturas de Mariana e Coutinho foram reveladas menos de 72 horas após Crivella anunciar que a prefeitura do Rio de Janeiro não fará o repasse da subvenção às escolas de samba do Grupo Especial, para permitir que o ‘maior espetáculo cultural da Terra’ ocupe a Sapucaí com o brilho que sempre teve.

Aliás, foi o descaso de Crivella com o Carnaval carioca, entre outros fatores, que levou a ex-secretária de Cultura a pedir as contas para disputar a cadeira do próprio prefeito, e fazer o povo voltar a sorrir. Sorriso, a propósito, lembra Mariana, que deve ser consequência de mais segurança, transporte, educação, saúde e demais serviços básicos essenciais cobrados pelo povo.

Principal destino turístico da América Latina e uma das cidades mais procuradas do mundo, o Rio de Janeiro tem na indústria do entretenimento o seu principal motor, agora mais do que nunca, por conta da perda significativa de royalties do petróleo.

Cultura e turismo – Neste sentido – essa a opinião de Mariana e Coutinho – são fundamentais os investimentos em cultura e turismo. E Crivella parece não ter essa percepção. Entretanto, cmo nem só de Carnaval vive a cultura carioca, tanto Mariana, como Coutinho, apostam em projetos bem mais amplos e plurais para a retomada do desenvolvimento sustentável da cidade, alavancado pelo turismo e pela indústria do entretenimento.

Faltando 1 ano e 1 mês para a corrida eleitoral municipal, a empreendedora e entusiasta pela cidade Marina Ribas, surge, segundo opinião manifestada por analistas políticos, com a marca da renovação e da modernidade. Jovem, bonita e muito bem preparada, ela deixou os adversários (em especial os da esquerda) com um pé atrás ao visitar a receber as bênçãos de Fernando Henrique Cardoso, na segunda-feira, 2.

Agora, quando a pré-campanha começa a aquecer, ficam no ar as expectativas por possíveis futuras composições políticas para a formação das chapas. Independente do que venha acontecer, a cultura já mostrou que está na dianteira das bolsas de aposta. Pelo andar da carruagem, a certeza é de que essa eventual aliança PSDB-MDB-DEM vai ‘acabar com a falceta, tirar a favela da escravidão e decretar um ponto final vitorioso na sucessão’.

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