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Assassinato na 415 (*X)

Mariane, a amante, entra no caso para ajudar Marcelo

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução

Aquela mulher andava cabisbaixa desde que soube da prisão de Marcelo. Ela, que era agente de polícia há quase dez anos, conhecera o colega durante uma operação policial há quase quatro. Trocaram telefones e, depois de algum tempo, começaram a se relacionar.

Mariane sabia que Marcelo era casado. Ela, que se arrastava em um relacionamento sem futuro com o até então namorado, caiu nos braços do colega depois de se encontrarem, quase por acaso, em um famoso bar da Asa Sul. Amaram-se sem juras de amor eterno. O caso, que parecia não ter muito futuro, acabou se prolongando até a prisão de Marcelo.

Lotada em uma delegacia da Ceilândia, a agente morava perto do apartamento do amante. Para ser mais preciso, na quadra 216. Isso, aliás, a fez esbarrar com Marcelo e Susana ali no parque Olhos D'Água, onde costumava fazer caminhadas para espairecer da pesada rotina policial.

Excelente investigadora que era, Mariane se lembrava com detalhes da primeira vez que viu a esposa de Marcelo. Os cabelos quase pretos, os olhos grandes de um tom castanho mais claro que os seus. Pouco mais alta que ela, mas não chegava a 1,70, talvez uns 65 kg, vestia uma regata laranja e uma calça de ginástica azul escuro. Tênis preto com duas faixas brancas ao lado. O batom discreto, um rosa bem clarinho. A bonita Mariane, apesar de mais jovem, sentiu uma ponta de ciúme da bela esposa do amado.

No final do expediente, Mariane sentiu vontade de ir até o edifício de Marcelo. Estacionou o carro bem em frente à portaria do amante. Um turbilhão de emoções a tomou por completo. Desabou em um choro copioso.

Ficou por ali durante quase uma hora. Exausta, decidiu ir embora. Ligou o carro e, já quase saindo, percebeu a chegada de um veículo. Ela logo reconheceu os dois ocupantes. Não que os conhecessem, mas já os havia visto, inclusive através de fotografias mostradas por Marcelo. Eram Pedro e Gustavo.

Mariane desligou o carro e ficou observando os dois agentes. Eles pararam o automóvel quase ao lado do seu. Desceram, olharam para o prédio de Marcelo, que morava no primeiro andar. Depois observaram o edifício em frente. Os dois pareciam querer encontrar algo que, talvez, tivesse passado despercebido pela investigação. Isto é, caso as investigações tivessem se preocupado com algo ocorrido do lado de fora da cena do crime.

A mulher sentiu vontade de descer e conversar com os seus colegas. Ela, no entanto, controlou seus impulsos e, depois de mais alguns minutos, ligou o veículo e foi embora. Mal chegou em casa, pegou uma lata de cerveja na geladeira e se deitou na rede na sacada. De frente para o Lago Paranoá, a agente começou a desconfiar que aquele crime talvez tivesse motivos muito mais profundos que uma mera briga de casal.

Na segunda-feira, 20, mais um capítulo

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