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Médica denuncia na CPI da Saúde descaso do governo e mal funcionamento do setor

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Zildenor Ferreira Dourado

A falta de unidade e a má gestão de recursos públicos na Secretaria de Saúde, que chegou até a provocar a interrupção de repasses do Ministério da Saúde para o SAMU, foram denunciados pela médica Olga Messias Alves de Oliveira nesta quinta-feira (2). A integrante do Conselho de Saúde do DF prestou depoimento à CPI da Câmara Legislativa que investiga indícios de irregularidades na Secretaria de Saúde, a partir de 2012.

Logo na abertura do depoimento, o presidente da CPI, deputado Wellington Luiz (PMDB), ressaltou que não havia qualquer denúncia contra a médica e que ela estava ali apenas para colaborar com suas informações técnicas.

Olga Oliveira criticou duramente o sistema de gestão administrativa da Saúde, enfatizando que a precariedade do atendimento aos usuários ocorre mais por falhas na execução dos programas do que por falta de recursos. “Temos que acabar com essas ilhas dentro da Secretaria, que não tem uma informática decente, atualizada, a fim de que a gente pare de perder dinheiro”, advertiu a médica que já foi gestora da UTI Neo Natal, do HMIB.

“As unidades da Secretaria não falam entre si”, reclamou a depoente, ressaltando que lá são realizadas compras “diferentes” para uma mesma realidade. Destacou, por exemplo, um caso em 2008 de compra de medicamentos que não puderam ser utilizados, por serem desnecessários, dando prejuízo superior a R$ 3 milhões. O presidente da CPI, Wellington Luiz e demais membros da CPI anunciaram que o episódio será apurado pelos profissionais especializados que dão suporte à CPI, como delegados de polícia.

SAMU sem repasses – Segundo Olga Messias Alves, a falta de padronização das bases do SAMU no DF, denunciada em relatório pela Controladoria Geral da União (cuja cópia do documento levou à CPI), resultou em maio passado na suspensão dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde que, segundo a Olga, “cumpre sua parte direitinho”.

Conforme explicou, esses repasses suspensos (medida retroativa aos valores transferidos desde março) eram superiores a R$ 800 mil mensais. A médica também informou aos distritais que o SAMU atualmente só opera com 72% das viaturas da frota, destacando ainda a carência de profissionais especializados.

Ao final do primeiro depoimento da CPI, o presidente da comissão anunciou que, na próxima reunião marcada para a quinta-feira (9), a partir das 9h, os parlamentares ouvirão os depoimentos do presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem, João Cardoso da Silva, do presidente do Conselho Regional de Odontologia (CRO), João Samir Najjar, e do presidente do Conselho de Saúde do Paranoá, João Gomes.

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