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Caleidoscópio

Meio-fio não é ponto de parada para pessoas dinâmicas

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Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Francisco Filipino

Muitas vezes nos deparamos com situações em que não conseguimos definir qual o melhor caminho a tomar. Ficamos assim perdidas na encruzilhada, sabendo que devemos tomar uma decisão… mas ao mesmo tempo, o medo do desconhecido nos faz cautelosas, pois não temos certeza do que poderemos encontrar mais a frente. O fato de termos que seguir sem saber o que enfrentaremos é algo que, às vezes, nos faz titubear ante as incertezas da vida…

A vida é dinâmica e não nos permite estacionar no meio fio… mesmo porque a estrada do destino não tem meio fio. Devemos seguir sempre em frente, prontas para enfrentar qualquer eventualidade que se apresente em nosso caminho. Algumas vezes temos boas surpresas, em outras, nem tanto. Mesmo sabendo que tal é para agregar conhecimento que nos ajudará a evoluir rumo ao nosso destino, quando as coisas passam a se tornar difíceis para nós, nosso impulso é nos rebelarmos contra o Destino. Não que isso resolva alguma coisa. Não resolve. Mas temos que nos expressar de alguma forma, não é mesmo? E então proferimos toda nossa frustração, algumas vezes em altos brados, em outras, apenas para nosso travesseiro…

Estamos todos nesse plano para aprender algo que não sabemos bem o que é… talvez, quem sabe, seja cultuar a Paciência? Pode ser… embora paciência em demasia nem sempre seja a solução…

O Amor é aquele que está no mais alto nível do pódio… todos o elegem como nossa meta principal. O problema é que este é cultuado de mil maneiras diferentes. Todas elas justas, todas elas discrepantes. Quando a dose de Amor é exagerada, pode fazer mais mal do que bem… assim como qualquer um dos sentimentos humanos… se não soubermos dosar sua aplicação, os malefícios aparecerão de um momento para outro…

Um exemplo? Está no começo desse texto… temos que tomar uma decisão, mas a Prudência nos incita a analisar cuidadosamente nossas opções… bem, se não nos decidirmos logo, a própria vida fará essa escolha para nós… e com certeza nosso caminho se tornará mais complicado de seguir…

O fato de não sabermos o que nos aguarda no próximo passo algumas vezes é assustador. Talvez por isso não pensemos tanto sobre o assunto. Fazemos como as avestruzes, de certa forma… aquilo que pode nos machucar, simplesmente ignoramos… nos recusando a visualizar tal situação…

Não posso dizer se é verdade ou não… dizem que a avestruz enfia sua cabeça em um buraco toda vez que o medo a aflige… se tal proceder, sua ação é mais temerária que se enfrentasse a situação que se apresentou… afinal, ela não sabe quais perigos podem ser encontrados no al buraco, não é mesmo? Enfim…

Quando estamos presas em uma situação da qual não vemos saída nos sentimos como ratos presos em uma gaiola. Tateamos todo o espaço, à procura de um ponto que nos sirva de suporte, que nos permita escapar. E essa situação é mais comum do que gostaríamos. De um momento tranquilo para nos situarmos em águas revoltas, o espaço tempo parece conspirar contra nós. Pois em um estalo de dedos estamos presas em um rodamoinho de problemas, lutando para permanecer na superfície e não sermos tragadas por esse turbilhão…

Sim, a vida é um imenso caleidoscópio, onde tudo gira a uma velocidade vertiginosa. Bons e maus momentos se sobrepõem de tal forma que, mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos acompanhar suas mudanças. E estamos sempre mudando, não porque é nosso desejo, mas porque somos impulsionadas rumo ao futuro, que na verdade não existe. Aliás, já parou para pensar que o passado também não existe? No fundo, existe apenas o presente. Somos como fotogramas de um filme, onde a cada segundo uma cena é exibida e aquilo que passou termina guardada no Baú do Esquecimento… aquilo que já foi não retorna e o que ainda não aconteceu acabou de mudar nossa percepção no momento em que nos tocou… e assim seguimos a vida, sem entender exatamente o que está ocorrendo, mas nadando em favor das correntes… pois seremos levadas de roldão até o Estinge, quando então nossa estadia nesse plano enfim se findará… e só então nos será permitido compreender tudo aquilo que passamos em nossa senda… entenderemos porque tal foi nosso destino…

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