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Linguagem do povão

Mesmo arrombado, ninguém sacaneia com brasileiro

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Autor/Imagem:
Sonja Tavares - Foto José Cruz/ABr

Bem próximo de experimentar a força da chibata do ministro Alexandre de Moraes, aquele chibungo cheio de nove-horas e de efes e erres perdeu todas as chances de passar para a história do Brasil como um sujeito mais ou menos. Na verdade, perdeu tudo, inclusive a marinete que poderia ajudá-lo a escapulir em paz para os braços amarelados do jaburu da América, aquele a quem o mocréio tupiniquim considera irmão de consideração.

Tirado a gato mestre, do tipo saído, talvez consiga um verbete no pé de página de uma dessas revistas veterinárias como o camarada que quase elevou o Brasil à condição de Casa de Noca. Coisa malfeita como militar, parlamentar mal-acabado, mandatário meia sola, miolo de pote como articulador de golpes, hoje ele está mais para roncolho despombalizado e desmilinguido. Nem como vítima convence mais ninguém.

Acostumada a dar rasteira em cobra, a criatura partiu para xavecar fulano com o objetivo claro de dar uma dura em ciclano. Tentando fazer valer seu olhar de seca pimenteira, adentrou as entranhas da White House, choramingou o leite derramado até descabelar o palhaço no quintal de Tio Sam. É fato que, ajudado pelo rebento, emprenhou o homem do poder pelo ouvido. Só que o fuzuê encomendado deve entrupicar, isto é, coalhar em breve.

No dicionário menos popularesco, o máximo que o santo cidadão conseguiu foi se manter na pindaíba política. Mesmo febrento da vida, hoje esse menino é mais cornetado do que elogiado pelos chimangos frustrados, pelos paroaras do agronegócio e até pela patuléia da direita que adora procurar frete, algo como tirar onda ou arrumar confusão. Desenxabido e descachimbado, parece que nem ozadia ele tem feito em casa.

Será que é o fim da linha para o fuleiro fulustreco? Não tenho vidência, mas não há dúvida de que ele está lenhado e que, mais dia, menos dia, levará um sapeca iaiá do mangangão da Primeira Tuma do Supremo Tribunal Federal. Na moral, não tem errada. Do meu catre, aguardo a hora da muvuca, quando, auspiciosamente, tomarei uma meladinha para comemorar o grampo no Memecê, também conhecido por mínimo múltiplo comum, o popular nó cego.

Paroano tem novas eleições. Se querem pegar uma aposta, tô dentro. Não posso falar pelos malas porreteiros, mas duvido que o retado de um porretinha ainda tenha coragem de votar por honra da firma em um primo carnal de Buck Jones. Vamos sacudir a poeira, pôr a roupa de ver Deus e rumbora para o sacrificoso gesto de apertar o botão para tirar da fita o malfazejo que só gerou gastura no povaréu. Ramo se amostrar. O sangue de Jesus tem poder. Malmente falando, mesmo arrombado o Brasil tem dono. Ninguém vai chicanar de nós brasileiros.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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