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Brasil seria uma Venezuela

‘Militar reagiu com um não à tentação do PT’

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Autor/Imagem:
Major-brigado Jaime Rodrigues Sanchez

Vejo seguidamente nas redes sociais e na mídia diversos artigos e vídeos com conceitos de que o Brasil escapou de tronar-se uma Venezuela, graças à derrota do Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições e de que seu diretório nacional confessa em documento que um dos fatores decisivos para a sua saída do poder foi o fato de não terem logrado cooptar as Forças Armadas.

Ambas afirmações são equivocadas e repetidas por brasileiros que desconhecem ou subestimam a grandeza desta Nação e o espírito que norteia a conduta das Força Armadas, garantidoras, ambas, da democracia que reina, a duras penas, em nosso país.

O Brasil, um País onde abundam recursos naturais de toda espécie e onde a agropecuária é suficiente para abastecer o mercado interno e ainda ser o 3º maior exportador mundial de alimentos, jamais chegaria à situação de penúria que hoje assola aquele país, dependente que é de uma só fonte de riqueza, o petróleo.

Diz o documento petista: “Fomos descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria em modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista”.

Tanto eles quanto os que nisso acreditam, desconhecem a qualidade da formação e o modelo de avaliação de mérito que levam à promoção de um oficial, especialmente na promoção a Oficial-general.

Não são infalíveis, mas jamais permitiriam que prosperasse tamanho desvio de conduta.

Se conhecessem, saberiam que o caráter militar é alicerçado em um Código de Honra que, se define pelas virtudes da coragem, lealdade, honra, dever e pátria, regendo a conduta de todos os membros das Forças Armadas.

Esses preceitos são fielmente praticados desde o primeiro dia de carreira, sob a responsabilidade e inspirados no exemplo do Comandante e com a orientação e fiscalização do Corpo de Oficiais e de uma Cadeia de Comando formada entre os melhores Cadetes.

Não se iludam. A estratégia esquerdista não se resumia a interferir nos currículos e promoções de militares. Teve início com a criação do Ministério da Defesa, onde, aí sim, foram plantados Ministros pertencentes aos quadros dos partidos de esquerda, com o objetivo de tentar estabelecer normas internas capazes de reduzir gradativamente o poder dos Comandantes de Força e servir de amortecedor para a frequente redução dos orçamentos e da capacitação militar das Forças Armadas e a deterioração da situação salarial dos seus componentes.

Neste intento, foram parcialmente bem-sucedidos, graças ao espírito de sacrifício e disciplina que norteia a caserna, ou influenciados por discursos nacionalistas dos líderes políticos que, em alguns casos, chegaram a dar a impressão de que teriam sido eles os cooptados para o verdadeiro nacionalismo.

Ledo engano! Seguiam uma cartilha mas, em determinado momento, percebiam que haviam sido designados para uma missão impossível.

Conheço ovelhas negras fardadas que cederam ao longo do caminho por ideologia ou falta de retidão de caráter, enxovalhando momentaneamente a instituição.

No entanto, o elevado conceito das Forças Armadas junto à sociedade deve-se aos notáveis serviços a ela prestados, em todos os momentos críticos em que sua intervenção é requerida, tornando inócua qualquer tentativa de alterar esse julgamento popular histórico.

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