Curta nossa página


Austrália

Ministro da Defesa incendeia relações com a China

Publicado

Autor/Imagem:
Dharia Maheshifari/Via Sputniknews - Foto Divulgação

O ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, foi acusado de provocar histeria sobre a China depois de afirmar em uma entrevista que Pequim poderia lançar um “ataque de guerra química” contra um “aliado” australiano nos próximos quatro anos.

“Peter Dutton é o chefe de defesa ou o chefe de propaganda? Em suma, ele deve ser psicologicamente distorcido. Espero que a Austrália seja um país normal que possa identificar esse lunático”, afirmou Hu Xijin , ex-editor do Global Times, apoiado pelo Estado chinês, neste domingo, 24.

Outro observador descreveu os comentários de Dutton como um “caso clássico de lunáticos administrando o asilo”.

Na entrevista concedida à News Corp Australia, Dutton também reforçou suas declarações anteriores sobre a crescente “força militar e posição estratégica” da China.

“Acho que as circunstâncias são tão terríveis quanto na década de 1930. Fico feliz em apresentar os fatos… e então as pessoas podem tirar suas próprias conclusões”, afirmou Dutton.

O ministro australiano disse ser a favor de ter uma “relação normalizada” com todos os países, incluindo a China.
“Mas a China mudou. E será preciso dinheiro para responder a isso tanto em termos de pessoal adicional quanto em investimento em tecnologias e equipamentos”, calculou Dutton.

Ele então disse que as forças australianas devem manter suas capacidades militares e navais “preparadas para o que um ano atrás seria inconcebível”.

“É concebível que possa haver um ataque de guerra química a uma capital de um de nossos aliados e, portanto, possa ser arrastado de volta para um conflito no Oriente Médio”, disse Dutton.

O ministro da Defesa também fez alusão ao conflito na Ucrânia durante sua entrevista, embora não tenha citado diretamente nenhum país.

“Neste momento, as mudanças do mundo, de nossos tempos, de nossa história, estão se desenrolando de maneiras como nunca antes”, disse ele, acrescentando que essas mudanças “estão apresentando desafios que devem ser levados a sério pela humanidade”.

Dutton também atacou o político da oposição e a ministra das Relações Exteriores Penny Wong, dizendo que Pequim a faria “como uma tola”.

Dutton afirmou que a estratégia de Wong para lidar com a China, resolvendo as diferenças entre as duas capitais por meio de uma visita bilateral, era “perigosa”.

“Ela acredita que poderia embarcar efetivamente em uma estratégia de apaziguamento que considero francamente bastante perigosa”, observou ele, acrescentando que o “chamado charme” de Wong seria incapaz de influenciar Pequim.

O líder da oposição e candidato a primeiro-ministro, Anthony Albanese, descreveu o pacto como um “fracasso de política” por parte do governo do primeiro-ministro Scott Morrison.

Apesar de ter sido criticado por seu comentário hipérbole contra Pequim, Dutton manteve suas observações em uma entrevista concedida à emissora australiana Sky News.

“Estou tentando dar às pessoas uma compreensão realista do que estou vendo sem divulgar a natureza sensível da inteligência”, disse Dutton.

“Vivemos em uma época muito precária e devemos ser abertos e honestos com o povo australiano sobre isso”, comentou.

A crítica contundente de Dutton à política da China vem contra o pano de fundo de seu próprio governo liberal sendo criticado por não conseguir antecipar um pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão, que fica a cerca de 2.000 quilômetros da costa nordeste da Austrália.

“A China é incrivelmente agressiva. Os atos de interferência estrangeira, a preparação para pagar subornos para obter resultados, vencer outros países para obter acordos”, disse Dutton à Sky News, quando perguntado por que seu governo não conseguiu interromper o acordo de segurança entre Pequim e Honiara.

“Essa é a realidade da China moderna”, afirmou.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.