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Tijolos trincados

Minotauro indica a Ibaneis saída do labirinto e fim dos pesadelos

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Autor/Imagem:
José Seabra - Foto de Arquivo/Marcelo Camargo-ABr

O ministro Alexandre de Moraes antecipou a volta de Ibaneis Rocha ao Palácio do Buriti na sequência de reuniões de próceres do MDB. Enquanto afastado do cargo por suposta conivência com os golpistas de 8 de janeiro, o governador bateu em muitas portas, mas nenhuma delas lhe foi aberta.

Até que um de seus muitos desafetos concordou em servir um café da manhã em seus jardins. Lá estavam emedebistas lulistas. E Ibaneis, bolsonarista, foi julgado e condenado a honrar sua palavra. Prometeu, então, conjugar o verbo no pretérito futuro. O júri convenceu-se de que havia sinceridade no olhar e nas palavras do governador.

Dias após o famoso café, realizado em uma mansão no Lago Sul, os advogados do governador entraram com novo habeas-corpus no Supremo. E Xandão, que tem ouvidos instalados em muitas paredes, devolveu o Palácio do Buriti a quem de direito.

Mas, de lá para cá, Ibaneis tem tropeçado como criança nos primeiros passos. E acabou por cair em um labirinto bem mais escuro do que um beco sem saída. Se, durante o afastamento do governador, seus poucos aliados conseguiram cortar as garras que empurravam para o impeachment, agora só lhes cabem aconselhar: ouça o Minotauro. Só a ele é dado conhecer o caminho que afastará de vez os pesadelos que tanto o atormentam.

Ibaneis não precisa erguer uma escada com tijolos trincados para de novo ascender politicamente. Basta-lhe cumprir o que foi prometido. E rápido, sob o risco de ver o Cerrado transformado numa Savana. Quando (e se) isso acontecer, ele será o alvo de caçadores de um safári sangrento. Aí, politicamente esquartejado, o governador, finalmente, embora tardiamente, entenderá o significado de que errar é humano. Mas insistir no erro, é burrice.

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