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Fidel

Morre o ditador que fechou Cuba em copas

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Luis Carlos Alcoforado

O julgamento da história se faz sem a inserção de paixões infantilizadas pela idolatria.

Ela registra os fatos, quando não se submete a processos de manipulação do poder dominante, sempre viciado em mascarar a autenticidade dos fenômenos protagonizados pelo homem.

A história é essencial para a compreensão humana como fenômeno existencial e racional. Fracassa, porém, quando tenta depurar verdades e mentiras nas circunstâncias em que ocorrem os acontecimentos que cravam a cidadania com a vergonha da barbárie.

Os homens julgam os homens com voluntarismo da subjetividade, mediante processo que aproxima o sujeito do objeto, segundo desejos que fortificam ou enfraquecem a verdade.

Fidel Castro fez sua história particular, como o mais icônico líder revolucionário e esquerdista do século XX.

A revolução castrista não humanizou todos os valores que perseguimos como símbolo das principais virtudes que devem nortear a humanidade.

O regime cubano pode ter algo de humano, mas entra na história pela violência com que lidou no campo da preservação dos poderes reservados a uma burocracia que não se revolucionou para revolucionar as mazelas que persistem na Ilha.

É impossível sonegar que o regime de Fidel Castro torturou e assassinou pessoas, sob a motivação pejada de fantasias que assim agia em nome da Revolução.

Revolução alguma tem licença para abolir o direito às franquias da liberdade, ainda que o faça pela motivação de salvar a maioria em detrimento da minoria sob a cardinalidade do humanismo. Valores que dignificam o ser humano não se submetem à lógica dos tradutores de códigos que maltratam a espiritualidade da criatura.

Julgar a revolução de Fidel Castro que perdura há mais de cinquenta anos, sob a explicitude de uma ditadura que não dialoga com as razões da ética e da moral, se faz pela cognição que ver, de longe ou de perto, as privações a que o povo se sujeita, sempre justificadas, pela frouxa visão de suas necessidades estruturais, para dar sentido e consistência ao poder dos burocratas que fizeram a revolução vitoriosa da qual se beneficiam e se nutrem como elixir para a repetição e persistência dos mesmos vícios.

Fidel Castro, como personagem mundial e líder de uma revolução, ganhou o mundo pela singularidade da maneira como enfrentou os adversários internos e externos, mas como homem de status, como ditador fica preso à visão de um homem que tinha mais vocação para o sadismo do que para a felicidade de sua gente.

Ao negar ao povo os direitos inerentes à liberdade, Fidel confirmou, em testemunho definitivo para a história, que jamais amou o homem. Era, sim, portador da doença do totalitarismo.

Por fim, a história poderia esquecer a tolice daqueles que, pela influência da doença do esquerdismo, festejavam a ditadura e se apaixonaram por um ditador.

Há algo errado com essa história.

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